A brisa da manhã ainda pairava no ar quando deixei o quarto. Zoe dormia profundamente, os cabelos espalhados no travesseiro como uma coroa selvagem. Saí em silêncio, sem querer acordá-la — o mundo lá fora esperava, e eu precisava falar com Gabi antes que o dia nos engolisse de novo.
Caminhei pelas trilhas úmidas do acampamento até encontrar o som de vidro e madeira vindo da cabana dela. O cheiro de ervas era quase reconfortante — quase, porque nada me confortava mais quando Zoe estava em risco.
— Alex — Gabi levantou os olhos de um punhado de raízes que separava com a ponta da faca. — Dormiu?
— Um pouco. Zoe apagou assim que deitamos. Acho que o FISP drenou até as últimas energias dela.
— Foi um bom dia — ela disse, com um pequeno sorriso. — Mas não vai durar se a gente não der um jeito nessa adaga.
Assenti e me sentei na cadeira à frente dela, que rangeu como se protestasse. Ficamos um instante em silêncio, e eu sabia que Gabi estava esperando que eu falasse. Não como um lobo esperan