A floresta parecia respirar com a gente.
Cada passo que dávamos pela trilha antiga era acompanhado pelo farfalhar ritmado das folhas e o som abafado dos nossos calçados contra a terra úmida. O ar estava denso, carregado de algo que eu não conseguia nomear — uma expectativa silenciosa, como se o próprio mundo estivesse prendendo a respiração.
Zoe caminhava ao meu lado, a adaga bem presa ao cinto, envolta no pano escuro com o símbolo antigo dos Guardiões. Gabi vinha atrás de nós, ao lado do pai — o Alfa da alcatéia vizinha —, que agora era mais parte do nosso círculo do que qualquer outro forasteiro. E, ainda mais atrás, vinham Liz e Lord, seus passos sincronizados, os olhos sempre atentos ao entorno.
O altar não estava longe. Segundo os mapas que Zoe havia decifrado na biblioteca, aquela trilha antiga levava direto ao coração do que um dia foi Talos — a aldeia original. O berço da adaga. O início do elo.
A cada passo, algo dentro de mim vibrava. Talvez fosse o instinto. Talvez fosse o