O luar filtrava-se pelas janelas como um sussurro prateado, desenhando contornos suaves no quarto silencioso. Eu me mexi devagar, os músculos ainda cansados da última noite, mas meu peito… meu peito estava leve. Pela primeira vez em tanto tempo, leve.
Alex estava deitado de lado, o rosto virado para mim, os olhos fechados. O cabelo bagunçado, a respiração calma, o traço de um sorriso nos lábios. Aquela expressão tranquila que ele raramente deixava os outros verem. Só eu.
Só eu tinha esse Alex. E isso me fazia sentir… tudo.
Estiquei a mão devagar, como se tocar nele fosse quebrar o momento. Mas não quebrou. Meus dedos encontraram o calor da pele dele e, como sempre, ele reagiu antes mesmo de acordar — o braço me puxando com firmeza, o corpo instintivamente colando no meu.
— Tá acordada? — ele murmurou, ainda com a voz arranhada pelo sono.
— Tô.
— Tá pensando demais. — Ele abriu um olho, depois o outro, e sorriu. — Eu sei quando você começa a mergulhar nos seus pensamentos. Parece que v