A brisa da manhã parecia diferente naquele dia — como se até o vento soubesse que algo havia mudado. Eu estava na varanda da antiga casa dos anciões, observando a névoa se dissipar devagar entre as árvores. A floresta estava silenciosa, mas não era um silêncio vazio. Era como o respirar calmo depois de um esforço imenso. O tipo de quietude que vem depois da tempestade.
A adaga estava em segurança agora. Restaurada. Purificada. Pelo menos, era o que acreditávamos.
As marcas em nossa pele haviam mudado. Não exatamente desaparecido, mas… suavizado. Como se a dor nelas tivesse sido lavada, deixando apenas os contornos — uma lembrança, não mais uma ferida. Gabi disse que as dela ardiam menos. Eu podia dizer o mesmo. E embora ainda sentíssemos a energia correndo sob a pele, ela não queimava mais. Pulsava. Viva. Controlável.
— Tá tudo bem? — a voz do Alex cortou meus pensamentos, suave, cuidadosa. Ele se encostou no batente da porta, os braços cruzados, aquele meio sorriso que ele sempre usa