Havia algo na maneira como ele me olhava quando achava que eu não estava vendo. Algo que me aquecia mais do que o calor que ainda nos envolvia. Era como se Lord estivesse redescobrindo o que significava cuidar — não só proteger de ameaças externas, mas sustentar o silêncio de alguém, a fragilidade escondida debaixo da pele.
Ele me puxou mais para perto, os dedos desenhando círculos preguiçosos na minha cintura, e eu encostei a cabeça em seu peito. O ritmo do coração dele estava estável, firme — como o próprio Lord. Tinha algo de ancestral naquele homem. Algo que vinha antes das palavras, antes dos pactos. Algo que me atraía como o mar atrai a lua.
— Você pensa muito — ele murmurou, os lábios tocando minha testa como se soubessem decifrar os pensamentos que ainda dançavam atrás dos meus olhos.
— Você escuta meus pensamentos agora? — sorri.
— Não. Só escuto o silêncio entre eles.
Me peguei rindo, de verdade, do tipo de riso que faz os ombros relaxarem. Havia séculos, talvez, que eu não