Capítulo 41 – Ecos

Lisboa amanhecia preguiçosa, com o céu tingido de dourado.

As gaivotas cruzavam o Tejo, e o som distante dos bondes parecia marcar o ritmo de um coração que já sabia: era o fim.

Luiza acordou antes do sol.

O travesseiro ainda úmido das lágrimas da noite anterior.

Desde que voltaram de São Paulo, o ar dentro do apartamento parecia outro — pesado, suspenso, cheio de coisas que não sabiam mais se podiam ser ditas.

Na cozinha, o cheiro do café recém-passado se misturava ao som do relógio da parede.

Cada tique ecoava nela como um lembrete cruel: o tempo não para pra quem ainda ama.

Noah estava de pé, encostado na bancada.

A camiseta amarrotada, o olhar cansado.

Quando ela entrou, ele ergueu os olhos — e sorriu.

Mas era um sorriso que pedia desculpa antes mesmo das palavras.

— Dormiu? — ele perguntou, a voz rouca.

— Tentei — respondeu, servindo o café. — Você?

Ele deu de ombros. — Nem tanto.

Silêncio.

Aquela pausa longa, tensa, onde o amor tenta existir entre os cacos.

Luiza sentou-se à mes
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