O som das notificações parecia um bombardeio.
O nome Luiza saltava das telas, manchetes e postagens como uma ferida aberta.
“Autora renega próprio livro.”
“Contradições e polêmicas cercam novo lançamento da Editora.”
“Luiza Monteiro some após publicação inesperada.”
As palavras piscavam diante dela, impiedosas, frias.
O celular vibrava sobre a mesa da cozinha, mas Luiza não se moveu.
Estava sentada há quase uma hora, olhando para o café que já esfriara, sentindo o gosto metálico da impotência subir pela garganta.
A mãe apareceu na porta, o olhar preocupado.
— Filha… desliga isso.
— Ele publicou — disse, com a voz rouca. — Ele realmente publicou.
Silêncio.
A mãe respirou fundo e se aproximou devagar, tocando o ombro dela com cautela, como se Luiza fosse uma bomba prestes a explodir.
— Talvez ele tenha achado que estava fazendo o certo — tentou amenizar.
Luiza riu — um riso seco, sem graça, quase um soluço.
— O certo? Publicar algo que não lhe pertence? Sem sequer me avisar? Ele sabia o