Capítulo 40 — A Carta

O amanhecer em São Paulo nasceu pálido.

O tipo de luz que não aquece — apenas revela o que restou depois da tempestade.

Luiza abriu os olhos devagar. O quarto ainda cheirava a chuva e perfume, uma mistura confusa que parecia o resumo perfeito da noite anterior.

Noah dormia ao lado dela, virado para o outro lado, o peito subindo e descendo num ritmo sereno demais para caber na dor que ela sentia.

Ela ficou observando por um tempo — os traços tranquilos dele, o leve movimento dos cílios.

E sentiu culpa.

Uma culpa densa, amarga.

Por não ser capaz de corresponder à doçura que ele lhe oferecia sem pedir nada em troca.

Levantou-se em silêncio, os pés descalços tocando o carpete frio.

Foi até a janela. A cidade acordava devagar, cinza e cansada.

A mesma São Paulo que, há poucas horas, testemunhara Apolo à sua porta, encharcado, implorando por uma chance que ela não sabia mais se podia dar.

O som dos lençóis se mexendo a fez virar-se.

Noah estava acordado, os olhos fixos nela.

— Não dormiu —
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