Narrado por Leonid Raskolnikov
O som dos sinos ecoava na minha cabeça como zombarias distantes.
O altar vazio.
As flores murchando antes da hora.
O silêncio daquela igreja foi mais ensurdecedor que qualquer explosão de guerra.
Zalea não veio.
Porque alguém ousou tocá-la.
Desde então, não houve sono, não houve descanso.
As paredes da mansão se tornaram tumbas de promessas falidas.
E minha alma, uma sepultura onde só havia o nome dela cravado.
Nazar… meu soldado mais leal.
Morreu com os olhos abertos, como se tentasse me dizer que ainda não era o fim.
Mas a morte o levou antes da última sílaba.
Enterrei-o com honra.
E com ele, enterrei o último resquício de paz que existia em mim.
Desde aquele dia, tenho sonhado com sangue.
Com os gritos de Zalea sufocados por paredes que ainda não encontrei.
Com as mãos de Zaiden sobre ela.
Com sua voz distorcida pela obsessão.
O nome dele agora era um sussurro constante na minha mente.
Um sussurro que se tornava uivo.
E o uivo, um brado de guerra.
Me