Narrado por Zaiden Marevick
O amor também é uma forma de tortura.
Não aquele amor dos livros sagrados, nem dos filmes empoeirados.
Falo do amor que arde até virar obsessão.
Do amor que apodrece, mas ainda assim alimenta.
Zalea.
Meu veneno preferido.
A rosa que criei em estufa e, ainda assim, ousou desabrochar longe de mim.
Hoje eu rego tuas raízes com dor — porque é o único idioma que você ainda entende.
Ela estava amarrada.
Os pulsos marcados pelas cordas de couro cru.
A sala era cinza.
Sem janelas.
Sem tempo.
Apenas nós dois e o som de sua respiração descompassada.
— Eu não vou quebrar você.
— Não? — ela sussurrou, o tom carregado de desprezo. — Que pena. Porque já quebrou a si mesmo há muito tempo.
Sorri.
É isso que me fascina nela:
Mesmo com medo, ela cospe fogo.
Mas não há armadura que resista ao tempo — e eu sou paciente.
Peguei o balde de água gelada.
Derramei sobre seu corpo sem qualquer aviso.
Ela estremeceu, os olhos arregalados.
— Isso não é sobre dor, Zalea.
É sobre memóri