O salão ferve.
Mas não como festa.
Como campo de guerra disfarçado de gala.
Valentina sente o olhar de Dante, o de Armand, o da sala inteira.
Mas o que ela sente de verdade…
É a bexiga implorando socorro.
Ela caminha até o banheiro feminino, deixando rastros de perfume, arrogância e curvas assassinas.
Porta dourada.
Letreiro em mármore.
Espelho maior que qualquer autoestima dali.
Assim que empurra a porta…
O cheiro de veneno vem antes do perfume.
Lívia Duval.
A ex.
O erro.
A obsessão embalada em seda esmeralda e jóias de quem tenta comprar amor que não está mais à venda.
A loira se vira devagar, encarando no espelho.
Sorriso fino.
Cortante.
Falso.
— Mas olha… — começa, cruzando os braços.
— A acompanhante tem permissão pra usar o banheiro da elite?
Valentina não responde de imediato.
Lança o próprio reflexo no espelho.
Vira o rosto.
Sorriso no canto da boca.
— Tenho. E, se quiser, posso te ensinar a usar também. Parece que você tá apertada… tá vazando recalque há uns dez minutos.
Prim