Monte Carlo nĂŁo Ă© uma cidade.
Ă um palco.
Onde só sobe quem tem dinheiro, segredos⊠e pecados caros demais pra serem confessados.
O salĂŁo do La Couronne Noire reluz ouro, cristais e arrogĂąncia.
Lustres do tamanho de apartamentos.
Tapetes tão caros que até pecado tem medo de cair ali.
As portas se abrem.
Dante Moreau entra.
Postura de dono do mundo.
Ao lado deleâŠ
Valentina.
Vestido preto que nĂŁo Ă© roupa.
à ameaça.
O salĂŁo inteiro para.
Alguns olham com desejo.
Outros, com inveja.
Mas dois⊠com ódio e obsessão disfarçados.
âž»
No mezanino, de taça na mão⊠Armand observa.
Sorriso educado.
Queixo levemente inclinado.
Olhos de predador disfarçado de prĂncipe.
Ao lado, um assistente cochicha:
â Eles chegaram.
Armand nem responde.
SĂł gira o lĂquido Ăąmbar na taça.
â Olha pra isso⊠â sussurra.
â A ruiva anda como se soubesse que vale mais que qualquer NFT humano daqui.
O olhar dele desliza pelo salĂŁo.
Segue as pernas dela.
A linha das costas nuas.
O cabelo vinho que parece queimar sob as luzes.