O carro desliza pelas ruas de Zurique como um felino noturno.
Por fora, a cidade parece congelada em silêncio suíço.
Por dentro, a limusine é um caldeirão prestes a transbordar.
Dante e Valentina.
Lado a lado.
Mas a distância entre os dois queima mais que qualquer toque.
Ela tira os brincos.
Cruza as pernas.
A fenda do vestido revela pele suficiente pra causar colisões em cadeia lá fora.
Ele afrouxa a gravata.
Observa de canto.
Olhos de predador em modo silencioso.
— Você gosta de provocar. — ele diz, voz baixa.
— E você gosta de fingir que resiste. — ela responde, sem olhar.
— Resistir faz parte do jogo.
Ela se vira. Devagar.
Encara.
O olhar é um chicote.
— Mas você não joga pra empatar, Dante.
Você quer vencer.
E agora quer saber se me possui…
ou se eu deixei ser possuída.
Ele sorri.
Inclina-se até o perfume dela dominá-lo.
— Ainda não decidi o que me excita mais:
se é te dominar…
ou ver você implorando por mais.
Ela se aproxima.
Lentamente.
Os rostos quase colados.
— Então decide l