Zurique, 2h da manhã
A mansão dorme.
Mas Valentina não.
A cidade ao fundo parece uma pintura imóvel.
Ela está sentada na beira da cama, os pés no chão frio, o celular aceso.
Só duas palavras:
“Venha. Agora.”
Sem assinatura.
Mas ela não precisa.
Ela levanta devagar.
Escolhe o vestido preto de tecido líquido — o mesmo que Dante observou com desprezo e tesão no jantar.
Aquele que escorre pelo corpo como pecado feito à mão.
Vai sem lingerie. Sem perfume. Sem palavras.
O corredor é longo.
Silencioso.
Decorado com arte moderna, flores raras e vigilância disfarçada.
Mas o que importa é a porta do quarto 7.
Ela bate uma vez.
A fechadura clica.
Luz âmbar.
Silêncio cortante.
O som baixo de jazz instrumental em vinil.
E ele.
Dante Moreau.
Camisa branca aberta até o peito.
Calça de alfaiataria.
Relógio preto de titânio.
Olhar… de dono.
— Feche a porta. — ele diz.
Ela fecha.
Ele bebe um gole do uísque.
Sem dizer mais nada.
— Tire o vestido.
A ordem vem como um tiro.
Sem pressa.
Sem dúvida.
Ela obe