A orquestra muda o ritmo.
Agora não é só som.
É provocação.
Um jazz com tango.
Luxúria embalada em velvet.
Desejo com pedigree.
Dante estende a mão.
Valentina aceita.
Olhar reto.
Pulso firme.
Como duas armas prontas para explodir no centro do salão.
Eles se posicionam, atraindo os olhos como se o salão tivesse parado de respirar.
As outras danças viram plano de fundo.
Porque ninguém ignora Dante Moreau com uma mulher que parece um pecado vestido de vermelho.
O tecido do vestido escorre pelas curvas dela.
A fenda sobe como se desafiasse o bom senso.
E o salto ecoa como uma ameaça bem educada.
— Se fosse um leilão, todos estariam levantando a plaquinha agora. — ela murmura, girando a taça antes de tocar a mão dele.
— Mas você não está à venda. — ele responde, sem sorrir.
— Isso não impede que tentem.
— Nem que eu impeça.
Eles começam a dançar.
Nada de passos ensaiados.
É puro instinto.
Um embate.
Um ritual.
Dante conduz.
Mas ela desafia.
Ele avança.
Ela recua, mas deixa o perfume.
Um jo