Cateline é uma princesa do reino de Luz que vive se metendo em confusões por seguir seus instintos. Perto de completar mais um ano de vida, seus poderes ainda não surgiram o que é um problema para os reinos, como solução seus pais decidiram que ela deveria se casar para que o reino fique seguro. Cateline não está disposta a ceder ao casamento, parece que o destino está em total acordo com ela, mais uma vez seus instintos a chama e ela o segue. Caindo de cara em uma profecia com um príncipe mau humorado do reino inimigo que faz seu coração derreter. Será que eles serão capazes de cumprir a profecia e entender os sentimentos que tem entre eles?
Leer másCateline estava no centro do ringue de treino, cercada por homens que vestiam armaduras pesadas. Todos eles treinavam assim, acostumando-se com o peso e a lentidão que o metal impunha.
Seu rosto cuidadosamente escondido pelo elmo, ocultava sua verdadeira identidade — a princesa do reino de Aurelon. A lei proibia que mulheres fossem treinadas para o campo de batalha, principalmente mulheres da realeza. Ela jamais se importou com tais leis, sempre gostou de um desafio e se era proibido faria sentido ela fazer parte, um pouco de adrenalina não faria mal a ninguém.
A luta que participava desenrolava no centro de um chão de barro pisado. Cat desferiu golpes com precisão, esquivando-se habilmente dos ataques de seu oponente, a velocidade compensava sua desvantagem de força, foi necessário desenvolver algumas artimanhas para compensar suas falhas. Lutar com os cavaleiros com cem quilos de puro musculoso e bem mais altos que ela a ensinou muito.
Se eles ao menos soubessem com quem treinava a mais de três anos… as coisas seriam diferentes.
Seu coração acelerava com a adrenalina da luta, não era boa em conflitos corpo a corpo, deixava a guarda aberta e gastava muito tempo procurando os pontos fracos do adversário, fazendo que ela se tornasse um alvo certeiro para qualquer inimigo, por outro lado seu talento com armas brancas surpreendia qualquer um.
Em um momento de distração seu oponente a pegou de surpresa com uma rasteira, suas pernas foram tiradas do chão e ela caiu com força, fazendo seus ossos tremerem sob a armadura. Um lampejo de dor percorreu de sua perna direita até a cabeça, e antes que pudesse se recompor, sentiu a lâmina da espada do homem encostar em seu queixo.
— Acho que acabou — Disse o homem com a voz abafada pelo elmo.
Não tinha reparado que homem tinha sacado a espada, onde ela estava com a cabeça ? Cerrou os dentes, a dor irradiando da perna, mas aceitou a mão que o soldado estendeu para ajudá-la a levantar. Depois de ficar de pé com dificuldade, ambos se cumprimentaram com um aceno de cabeça, um gesto de respeito mútuo, o capitão dispensou eles com um gesto brusco e chamou outras pessoas para o ringue.
Mason a esperava do lado de fora com os braços cruzados, ele era cerca de dez centímetros mais alto que Cateline, com um físico musculoso na medida certa—forte, mas sem exageros. Sua pele morena contrastava com os olhos escuros como jabuticabas, sempre atento a tudo ao seu redor. Os cabelos cacheados caiam em ondas rebeldes, contornando seu rosto fino harmoniosamente. Quando mais nova chegou a nutrir uma certa paixão por ele, até se beijarem, foi a coisa mais estranha do mundo para ambos. Nunca mais tentaram nada parecido de novo um com outro.
— Você anda muito distraída— Mason falou, um sorriso de canto surgindo em seus lábios. Ele sabia que aquela observação óbvia a irritaria.
Ele era o único que conhecia sua verdadeira identidade. Quando ela propôs a ideia, três anos atrás, ele odiou o plano. Mas sabia que, se não a ajudasse, ela daria um jeito de seguir sozinha — o que acabaria com ele remoendo se algo acontecesse com ela ou como hábito ela arranjaria grandes problemas. — Estou achando que você está perdendo o jeito, Eline— provocou mais uma vez.
O cavaleiro sombrio continuava com experimentos naquela sala putrifica dia após dia, desde que foi libertado. Não obteve o mesmo resultado que o primeiro, com exceção daquele jovem que teve a transformação completa, os demais foram um desastre. Homens fracos, com desejos e ambições mais fracas ainda. Quase todos mortos na primeira aplicação, aqueles que sobreviveram nem sequer tiveram capacidade de lembrar do próprio nome, viraram soldados como ele planejava, porém não passavam de corpos ambulantes sem identidade, obedecendo ordens sem questionamento. Eram armas, sim, mas imperfeitas.Ele observava as criaturas que restaram, sentindo o gosto amargo da decepção. O cavaleiro retirou o capuz, revelando pela primeira vez o rosto que se escondia sob as sombras. A luz das tochas dançou sobre suas feições . Ele possuía uma beleza feroz, a mandíbula bem definida, coberta por uma barba espessa, o deixava com ar indomável.Seus cabelos longos dourados, caíam rebeldes sobre os ombros largos.
Cateline chorava.Uma mão apertava a barriga, como se tentasse conter algo que a rasgava por dentro, enquanto a outra buscava apoio em meio às lascas e fissuras do piso. Seus ombros tremiam violentamente, e a respiração vinha em arfadas curtas, entrecortadas de dor.Dariel a viu assim, frágil, caída.As criaturas de pesadelos irromperam das sombras como vultos demoníacos. Espalharam-se rapidamente, rompendo as paredes, suas formas mutantes rastejando e uivando. O cheiro de podridão dominou o ar. Dariel sentiu náuseas; seu corpo protestou, como se se lembrasse da pele rasgada por uma daquelas criaturas.— Da... Dariel! — Cateline tentou gritar seu nome, mas ele não conseguia se mover. Suas pernas haviam se petrificado no chão. Um par de olhos vermelhos o encarava, mergulhando fundo em sua alma. E sorriam. Ele tinha certeza de que aquilo era um sorriso. A criatura soprou seu hálito pútrido em seu rosto.— Você... — ele ouviu a voz distorcida em seus ouvidos.— Você... — repetiu a cois
Cateline apoiou o cotovelo sobre a mesa rústica do quarto e observou a pena entre os dedos, hesitante. Queria escrever aos seus pais, só para dizer que estava bem.Suspirou, jogando o corpo contra o encosto da cadeira. Talvez fosse melhor não enviar nada. Seu desaparecimento já devia ter causado alvoroço suficiente, e qualquer tentativa de contato poderia apenas piorar a situação. Além disso, parte dela relutava em admitir que não queria ser encontrada. Sentia falta do pai e de Abera, sentia falta dos treinamentos com Mason e de tomar chá com a irmã gêmea dele, Lia. Mesmo assim, não queria voltar, não agora, não até saber como quebrar a maldição.O vento frio soprou através da janela entreaberta, balançando as cortinas de linho fino.A princesa fechou os olhos por um instante concentrando na melodia calma e distante dos pássaros."Eles estão próximos..." Uma voz sussurrou ao redor.Cateline abriu os olhos subitamente. Seu coração disparou. Olhou ao redor — o quarto estava vazio. Mov
Abera segurava com força a barra do vestido da mãe.— Mamãe, quando a Eline vai voltar? — a vozinha trêmula quebrou o silêncio suave da manhã. — Ela prometeu me levar para acampar.A rainha respirou fundo antes de se abaixar para encarar a filha. Com delicadeza, colocou uma mecha do cabelo da pequena atrás da orelha. Seu olhar se endureceu por um breve instante. Claro que a filha prometera algo que ela proibia. Cateline havia partido há semanas, e o tempo parecia se arrastar cruelmente, especialmente para Abera. Todas as noites, a menina fitava a porta, esperando que a irmã a cruzasse de braços abertos, pronta para mais uma aventura que só elas entendiam.Se a filha mais velha não fosse tão importante para seus planos, a rainha a teria banido para sempre do reino. Com um sorriso forçado, acariciou o cabelo da caçula, demonstrando um afeto exagerado que só fazia na presença do rei.— Ela vai voltar, meu amor, e vocês vão acampar. Agora vá para a aula, Elizabete deve estar te esperando.
Três homens, encontravam-se sentados lado a lado em distâncias curtas, eles se contorciam a cada nova aplicação do líquido negro que era injetado em suas veias. Os cortes profundos em suas peles, feitos não para causar a morte, mas como oferendas de poder gotejavam no chão encardido. Não tinha como voltar atrás, uma vez iniciado o procedimento teria que ir até o fim. Muitos utilizam o artifício para ficarem mais fortes, mais poderosos, com controle inegável, porém, apenas aqueles que desejam de fato a glória do passavam pelo tal ritual.O suor escorria em rios dos corpos, misturando-se ao sangue quente, onde marcas escuras foram gravadas. O fedor da carne queimada e podridão pelo poder em ascensão enchia o ar. O líquido negro penetrava nas veias como vermes famintos se infiltrando na carne. Todos aguardavam o efeito final. O sofrimento era indescritível. O sangue parecia circular tão rapidamente que borbulhava sob a pele, como se o corpo estivesse se expandindo para acolher algo que
Cat estava sentada no sofá dentro do quarto do príncipe, balançando incansavelmente as pernas de um lado pro outro .Ela observou as paredes de pedra escuras desenhadas com muitas cores que ela sequer lembrava conhecer, uma grande lareira de mármore ocupava a parte central da parede oposta, não estava acesa, porém o calor suave circulava no ambiente. Cateline estava feliz por finalmente estar aquecida após uma longa viagem em meio a tempestade.— Pode usar algumas roupas minhas por enquanto — disse Dariel, com a voz calma. — Providenciarei algo mais adequado até o entardecer.Ele colocou ao lado dela algumas peças limpas e continuou:— O banheiro fica à direita. — Apontou para uma porta lateral enquanto retirava as adagas e a espada presas ao corpo, jogando-as com descuido sobre uma mesa de madeira cor de tabaco.Não foi necessário que dissesse mais nada. A princesa estava ansiosa por um banho, não sabia como os olhos ainda não lacrimejaram com seu cheiro. Entrou no banheiro e, a
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