Cateline é uma princesa do reino de Luz que vive se metendo em confusões por seguir seus instintos. Perto de completar mais um ano de vida, seus poderes ainda não surgiram o que é um problema para os reinos, como solução seus pais decidiram que ela deveria se casar para que o reino fique seguro. Cateline não está disposta a ceder ao casamento, parece que o destino está em total acordo com ela, mais uma vez seus instintos a chama e ela o segue. Caindo de cara em uma profecia com um príncipe mau humorado do reino inimigo que faz seu coração derreter. Será que eles serão capazes de cumprir a profecia e entender os sentimentos que tem entre eles?
Leer másAbera segurava com força a barra do vestido da mãe.— Mamãe, quando a Eline vai voltar? — a vozinha trêmula quebrou o silêncio suave da manhã. — Ela prometeu me levar para acampar.A rainha respirou fundo antes de se abaixar para encarar a filha. Com delicadeza, colocou uma mecha do cabelo da pequena atrás da orelha. Seu olhar se endureceu por um breve instante. Claro que a filha prometera algo que ela proibia. Cateline havia partido há semanas, e o tempo parecia se arrastar cruelmente, especialmente para Abera. Todas as noites, a menina fitava a porta, esperando que a irmã a cruzasse de braços abertos, pronta para mais uma aventura que só elas entendiam.Se a filha mais velha não fosse tão importante para seus planos, a rainha a teria banido para sempre do reino. Com um sorriso forçado, acariciou o cabelo da caçula, demonstrando um afeto exagerado que só fazia na presença do rei.— Ela vai voltar, meu amor, e vocês vão acampar. Agora vá para a aula, Elizabete deve estar te esperando.
Três homens, encontravam-se sentados lado a lado em distâncias curtas, eles se contorciam a cada nova aplicação do líquido negro que era injetado em suas veias. Os cortes profundos em suas peles, feitos não para causar a morte, mas como oferendas de poder gotejavam no chão encardido. Não tinha como voltar atrás, uma vez iniciado o procedimento teria que ir até o fim. Muitos utilizam o artifício para ficarem mais fortes, mais poderosos, com controle inegável, porém, apenas aqueles que desejam de fato a glória do passavam pelo tal ritual.O suor escorria em rios dos corpos, misturando-se ao sangue quente, onde marcas escuras foram gravadas. O fedor da carne queimada e podridão pelo poder em ascensão enchia o ar. O líquido negro penetrava nas veias como vermes famintos se infiltrando na carne. Todos aguardavam o efeito final. O sofrimento era indescritível. O sangue parecia circular tão rapidamente que borbulhava sob a pele, como se o corpo estivesse se expandindo para acolher algo que
Cat estava sentada no sofá dentro do quarto do príncipe, balançando incansavelmente as pernas de um lado pro outro .Ela observou as paredes de pedra escuras desenhadas com muitas cores que ela sequer lembrava conhecer, uma grande lareira de mármore ocupava a parte central da parede oposta, não estava acesa, porém o calor suave circulava no ambiente. Cateline estava feliz por finalmente estar aquecida após uma longa viagem em meio a tempestade.— Pode usar algumas roupas minhas por enquanto — disse Dariel, com a voz calma. — Providenciarei algo mais adequado até o entardecer.Ele colocou ao lado dela algumas peças limpas e continuou:— O banheiro fica à direita. — Apontou para uma porta lateral enquanto retirava as adagas e a espada presas ao corpo, jogando-as com descuido sobre uma mesa de madeira cor de tabaco.Não foi necessário que dissesse mais nada. A princesa estava ansiosa por um banho, não sabia como os olhos ainda não lacrimejaram com seu cheiro. Entrou no banheiro e, a
Por um instante, Dariel esqueceu o frio cortante. Esqueceu a caverna úmida e escura. Tudo o que existia era o calor sutil do corpo da garota junto ao seu, e o perfume floral — suave e reconfortante — que preenchia seus sentidos. Ainda de olhos fechados, respirou fundo, deixando-se envolver por cada sensação, como se pudesse se ancorar àquele momento.Cateline se mexeu levemente, o que o despertou por completo. Os primeiros raios de sol já atravessavam a entrada da caverna, filtrando-se pela névoa fria da manhã e tingindo o ambiente com uma luz esbranquiçada e tênue. Dariel piscou algumas vezes, confuso , não lembrava quando havia adormecido, tampouco como tinham acabado naquela posição. A garota dormia com a cabeça apoiada em seu peito, e ele a envolvia num abraço inconsciente, seus corpos entrelaçados em busca de calor.Um grunhido rouco escapou involuntariamente de sua garganta quando tentou se mover, e isso foi o bastante para acordá-la. Cateline ergueu os olhos devagar, ainda me
Devia ser o terceiro pedaço de bolo que Cateline comia, algo incomum, já que só exagerava assim quando estava ansiosa. E os últimos dias, a ansiedade parecia ter feito morada dentro dela. A fome, portanto, realmente era digna de um dragão.O príncipe levou o dedo na lateral da boca dela, limpando o vestígio de chocolate com um toque suave. Uma corrente elétrica percorreu seu corpo, alcançando lugares que ela nem sabia que existiam.Ele encarou seus lábios por mais tempo que necessário, e o calor que subiu por sua pele a fez desejar que ele a beijasse.Daniel pigarreou e se afastou.Merda, o que significava tudo aquilo?Com toda certeza tinha comido açúcar demais e estava imaginando coisas.— A- acho que estou satisfeita. — Murmurou, embebeda pelo aquele sentimento novo que fraquejavam as suas pernas.Ele deu um passo para o lado, abrindo caminho sem dizer uma palavra, ela levantou passando por ele com coração martelando no peito. A cozinha parecia pequena demais de repente.Cat fech
A rainha Jane vestia-se lentamente, recolhendo as roupas que há pouco estavam espalhadas pelo chão. Seu olhar deslizou até a cama, onde o homem que lhe proporciona seus melhores dias de prazer repousava, com a cabeça apoiada nos braços. Um sorriso insinuou-se em seus lábios ao fitar seu reflexo no espelho, notando o rubor em suas maçãs do rosto. Ela gostava dessa sensação de vitalidade, algo que jamais sentiu ao lado do marido.O sorriso desvaneceu ao lembrar-se do rei. Aquele homem patético, que passou a odiar cada dia. Se suspeitava da infidelidade da esposa, não deixava transparecer. Sempre fora um tolo conveniente.— Você precisa controlar sua filha, Jane — a voz do amante interrompeu seus pensamentos.Sim, ainda havia aquilo para resolver. A garota insolente não herdará nada dela. Antes fosse fácil manipulá-la igual ao pai. Apesar da frustração, Jane precisava admitir que admirava a determinação da filha em lutar.— Não se preocupe com isso — respondeu com firmeza. — Eu já di
— Merda — murmurou uma voz rouca da porta.O senhor que entrou no quarto era baixo, com cabelos prateados e finos, presos em um rabo de cavalo desalinhado. Sua pele preta era marcada por profundas rugas, olheiras saltavam abaixo de seus olhos castanhos esmaecidos, ele se movia com uma agilidade surpreendente para sua idade.Com um gesto firme, mas cuidadoso, ele afastou Cateline de Dariel, colocando-a em uma velha cadeira de madeira que rangeu sob o peso de seu corpo exausto. O aprendiz, ainda perplexo, deu um passo à frente, como se buscasse orientação.— Fique de olho nela — ordenou o curandeiro. — O que diabos você fez, criança?Cateline estava desvanecida, sua cabeça pendendo levemente para o lado, parecendo que seus pensamentos eram pesados demais para segurar. Ela mal conseguia manter os olhos abertos, o cansaço impregnado em cada fibra de seu ser. Mos, o curandeiro, aproximou-se de Dariel, suas mãos experientes trabalhando rápido ao remover as ataduras no abdômen do príncipe.
As sombras serpenteavam ao redor de Dariel como serpentes famintas, pulsando e se retorcendo com vida própria. O poder fugiu ao controle, tornando o ar pesado e sufocante. Talvez fosse o desespero da vida se esvaindo de seu corpo, ou talvez fosse a febre. Ele estava à beira da morte, e o auxiliar estava à beira da exaustão, o suor escorria por sua testa enquanto lutava, em vão, para baixar a febre que não cedia. Conseguiu estancar o sangramento no abdômen de Dariel, mas agora, com as sombras cobrindo o corpo dele como um manto, não conseguia se aproximar sem ser repelido,isso não facilitava as coisas em absolutamente em nada.Dariel não havia despertado desde que apagou, isso também não era um bom sinal.A porta rangeu e, antes que o homem cansado pudesse reagir, Cateline surgiu na entrada, seu rosto marcado pelo desespero e alguns arranhões causados por pequenos espinhos durante o caminho, sua boca estava roxa e ela tremia e não foi o frio que causou essa sensação.— Você não pode
Cateline cavalgava com o vento açoitando em seu rosto. As árvores passavam rapidamente, o som ritmado dos cascos contra a terra se misturava ao sussurro das folhas sendo esmagadas. Ela não sabia ao certo o que a guiava, mas algo em seu íntimo pulsava com uma urgência primitiva.Ela se aproximou de uma velha ponte sobre o rio, as pedras escuras gastas pelo tempo estavam cobertas de musgo espesso e úmido, não havia nada além de uma floresta densa depois dela com árvores de troncos largos e raízes expostas traçando a terra sem um fim, pela parte rasteira flores de várias cores se espalham exalando perfumes adocicados. Seu olhar desviou-se para além da ponte, uma linha invisível a puxou novamente, não era ali depois da ponte que deveria ir. Cateline orientou a égua, desviando do caminho incerto, cavalgando em direção ao chamado que ela não conseguia ignorar.A égua relinchou suavemente antes de diminuir o passo, até parar por completo.— Vamos, Lótus. Ainda não chegamos ao nosso des