Abera segurava com força a barra do vestido da mãe.
— Mamãe, quando a Eline vai voltar? — a vozinha trêmula quebrou o silêncio suave da manhã. — Ela prometeu me levar para acampar.
A rainha respirou fundo antes de se abaixar para encarar a filha. Com delicadeza, colocou uma mecha do cabelo da pequena atrás da orelha. Seu olhar se endureceu por um breve instante. Claro que a filha prometera algo que ela proibia. Cateline havia partido há semanas, e o tempo parecia se arrastar cruelmente, especialmente para Abera. Todas as noites, a menina fitava a porta, esperando que a irmã a cruzasse de braços abertos, pronta para mais uma aventura que só elas entendiam.
Se a filha mais velha não fosse tão importante para seus planos, a rainha a teria banido para sempre do reino. Com um sorriso forçado, acariciou o cabelo da caçula, demonstrando um afeto exagerado que só fazia na presença do rei.
— Ela vai voltar, meu amor, e vocês vão acampar. Agora vá para a aula, Elizabete deve estar te esperando.