Móretar faz parte da raça das Fadas, num planeta que foi criado por um suposto Deus que abandonou seus descendentes em busca de seu amor. Numa jornada em que enfrentará pelo caminho outros deuses, encontrará personagens incríveis e despertará poderes inimagináveis, ele ainda passará por amores e desilusões. Qual seu papel na saga Universo em Órbita? Confira e descubra! Esse é o quinto volume do ciclo I da história que conta com um total de 6 visões diferentes dos acontecimentos.
Ler maisRelâmpagos cruzavam o céu incessantemente seguidos de seus trovões. Cada rajada de eletricidade acompanhava quase que em sincronia o movimento entre as espadas que se chocavam. A noite densa, a garoa fina, as folhas das árvores guiadas pelo vento desigual, que não tinha direção, imitando os outros seres que ali batalhavam também, entre fugas e quedas, cortes e mortes. Mas o confronto mais longo se destacava sob a luz inconstante do luar que se escondia e aparência. As técnicas eram perfeitas dos dois lados, apesar de diferentes. Os movimentos das pernas de um contracenava diretamente com os dos braços do outro. O primeiro com duas espadas curtas e o segundo com uma espada longa. A velocidade e a força. A leveza e a fúria. Na dança da luta, no impacto de cada golpe, eles foram aos poucos se afastando do ponto onde começaram aquele embate, embaixo das copas das árvores, atravessando algumas zonas de lama que não eram suficientes para dar vantagem ou desvantagem a qualquer um deles, até chegarem numa clareira, um grande trecho descoberto de vegetação, com apenas uma grama rasa. A chuva que tinha ficado mais forte, agora praticamente parara. A luz da lua agora refletia a calvície de um deles e não restava dúvidas: era o General Hantake, líder supremo de batalha do exército Corace. O adversário sabia bem quem enfrentava. Móretar buscava naquele confronto mais do que a defesa de seu povo, vingança pela morte de sua família, dizimada por um ataque impiedoso do General. Mas os outros ainda não tinham reconhecido quem estava ali, até então. Agora, pelo impacto que causavam os golpes, que chegavam a criar rajadas de vento, que pareciam mais golpes de energia estática, quem estava por perto desistia de seus confrontos para olhar a cena central. Blocos de rivais se dividiam e aos poucos criavam lados delimitando o confronto. Hantake era um gigante, já Móretar era pequeno e franzino e seus lindos e longos cabelos pareciam flutuar como ele próprio quando saltava ou desviava.
Quando, inesperadamente, o General pegou impulso e desferiu um golpe que mesmo defendido por Móretar, o jogou longe. Com excessiva confiança, Hantake, então começou a movimentar as mãos para lançar um feitiço Corace. Móretar, assim como Hantake, era fada de grau três e conhecia aquela técnica. Como todo feitiço de fadas, é preciso um alto grau de concentração, existe um bom consumo de energia e leva-se algum tempo para ser executado. Mais que rapidamente, o pequeno se apoiou com a lateral de uma das mãos ao chão, tocou com a espada do outro lado da grama em uma pedra, apenas para recuperar o equilíbrio e ganhar impulso e saltou sobre o inimigo. O gigante utilizou um dos pés para chutar Móretar de volta pra longe e continuar seu feitiço com as mãos. A apreensão começava a rondar os dois lados das tropas que já não sabiam se deviam intervir. Móretar parou por um momento e então, começou a correr. General Hantake começou a rir e correr atrás dele, assim como as duas tropas, incrédulas, que agora voltavam a se confrontar como que em provocação e resposta, sem deixar de atacar e correr, pra ver o desfecho do embate.Perto de Hantake terminar de conjurar o feitiço, Móretar parou e se virou em direção do que parecia ser sua morte. O sorriso de satisfação do general estava acompanhado do deboche do restante de seu exército que a essa altura eram os únicos que haviam chegado até ali. Os companheiros de Móretar já ficavam pra trás, vencidos ou desacreditados a respeito de uma vitória àquela altura.Quando as mãos de Hantake se levantaram lançando o feitiço de congelamento dos movimentos, as de Móretar também se levantaram lançando um feitiço de manipulação de água. Ele estava sobre uma plataforma, acima de um riacho, e fez da água se levantando a sua frente, espelhos, que refletiram e multiplicaram o feitiço, devolvendo-o para todo o exército adversário.Após a queda da água de volta para seu leito, todos estavam congelados a frente de Móretar que clamou pelo restante dos guerreiros Salvitares, que não podiam acreditar no que viam, quando se aproximavam. Assumindo o papel de líder, que tradicionalmente no povo Salvitar só surge no decorrer de uma guerra e não antes, ele ordena com um grito que todos matem os Coraces e os golpes de espadas simultâneos deflagram a vitória esmagadora de seu povo, que havia entrado naquela guerra com a expectativa de serem dizimados com honra.Os urros de comemoração vieram logo em seguida do som das cabeças sendo arrancadas pelas espadas. Os guerreiros Salvitares recolhiam dos corpos dos inimigos itens, relíquias, armas e se preparavam para retornar ao povoado, iniciando seus cânticos tradicionais. Móretar ficou imóvel. Via seu povo tomando o caminho de casa e decidiu ir para o outro lado. Não sabia direito o motivo. Talvez não quisesse a glória, a festividade. Sua vingança era seu objetivo concretizado, não trouxe alegria, nem sua família de volta. Estava aliviado pela paz, mesmo que temporária de seu povo, mas não sentia que era um líder. Seu destino parecia estar em algum outro lugar. Informou aos que lhe chamavam que não ia voltar. As tropas aceitaram a decisão, mas não sem entoar uma nova cantiga de um herói que salvou seu povo, criada ali, naquele momento, que contaria a história da continuidade de seu povo salvo por um pequeno herói improvável.Móretar seguiu o caminho da floresta, sem objetivos, sem lugar pra chegar, rumo ao desconhecido. Entre pesca e caça, poupando recursos e energia, foi passando os dias pensando em desistir do que nem sabia que fazia e seguir para o leste, voltar pra casa e assumir seu papel de vitorioso do qual abriu mão. Em sua jornada, até então, não tinha encontrado ninguém, nem fada, nem elfo, por isso ficou muito surpreso quando percebeu alguém a beira de um rio. Decidiu não cruzar o caminho daquela pessoa, mas essa pessoa tomou a decisão contrária. Na verdade, parecia que esperava por Móretar. Sem se virar para ele, já tendo percebido sua presença, o homem começou a pronunciar palavras que não faziam sentido. Elas eram de seu idioma, mas não diziam nada. Móretar se aproximou, perguntou o que ele dizia, se estava bem. Notou que se tratava de um homem bem idoso, o que não era nada comum nos reinos próximos. Na verdade, no mundo todo, não era comum encontrar pessoas mais velhas. Um idoso numa densa floresta não povoada, parecia algo extremamente absurdo. Chegou a acreditar que podia ser uma alucinação, o que também não fazia sentido, já que nunca, mesmo nas piores condições que ele já tinha enfrentado em sua vida, muito piores do que estar sozinho numa floresta, ele jamais havia tido algum tipo de alucinação, algo que também era extremamente raro em fadas com poderes.- Desculpe, você não vai entender muita coisa, mas direto vou ser, sua irmã está viva ainda! - Aquele senhor falou, deixando Móretar incrédulo.- Como você sabe disso? Como ousa falar bobagens assim? - Móretar respondeu ainda confuso, mas acreditando que aquilo podia ser alguma armadilha, algum truque.- Muitas perguntas que não posso dar respostas agora. Sua irmã não foi morta, na verdade, um sequestro aconteceu, não pelos inimigos que você conhece, mas por quem acredita serem amigos. - Continuava o ancião.De repente, um relâmpago cortou o céu parecia ter o atingido. Na verdade, o lampejo de luz abriu algo que parecia um portal na frente dele.- Algo impossível aconteceu, queria dar mais detalhes, mas preciso ir. Tentarei voltar. Boa sorte!- Quando Odin me procurou, a chegarmos aqui, ele me ofereceu a salvação. - A Rainha das Fadas, Titania, contava para Móretar, e quanto Odin desferiu um soco que Móretar sequer previu. - Eu já não era mais pura, já tinha sido completamente violada, não tive o amparo e o apoio de meu marido e na verdade não queria mais. Era como se tudo que eu já tinha sentido fosse uma mentira. Odin precisava do poder das Fadas e eu precisava dele.Móretar já não conseguia mais se livrar da sequência de golpes. Todas as respostas que ele pensava em manipulação pu técnicas de luta eram anuladas por Odin.Dafa e os outros surgiram e atacaram Odin, tentando retirar ele de cima de Móretar que era golpeado duramente. Ele disparou raios de energia para todos os lados ferindo-os. Móretar se levantou e começou a contra-atacar. Ele usou a Exca
Móretar não conseguia acreditar. Finalmente havia encontrado uma igreja da qual gostaria de fazer parte.- Você nem imagina como fico contente de saber que exista um templo de fadas como esse... Mas não querendo parecer muito apressado e até mal-educado, você acha que tem alguma forma de eu ajudar, com base no seu conhecimento?- O que eu te disser, agora, sim, é baseado em fé e não em fatos, então, não acho que possa ter muita validade, mas, na existência de uma teoria qualquer, talvez possa valer a pena te contar. Odin não deve conseguir usar qualquer poder. Alguém como você deve facilmente neutraliza-lo, pois ele deve utilizar quase toda sua energia, administrando nosso poder e subjugando nossos Reis. - Syn disse para Móretar que não pensou duas vezes em se dirigir para encontrar Odin, cara a cara. - Obrigado! Farei de tudo para comprovar essa sua f&e
- Qual seu nome? - Móretar lembrou de perguntar. - Iduna...- O nome dela é não te interessa! - A frase veio acompanhada de uma flecha que quase acertou Móretar se ele não tivesse percebido e sacado a Excalibur, conseguindo desviar o tiro com o seu cabo.- Ele disse que também é uma Fada, Meili! Talvez possa nos ajudar. - Iduna parecia acreditar mais nas pessoas do que Meili.- Ele se parecer conosco não faz dele alguém de nosso povo. - Meili retrucou. - Não faz mesmo. Mas isso não significa que eu não seja o que eu digo que sou e não possa ajudar - Móretar tentou argumentar. - O que mais me confirma que somos da mesma raça é que a primeira vez que ouvi sobre vocês, o nome Fada veio na minha mente. Todos falamos línguas que nosso cérebro escuta e assimila para nosso vocabulário. Eu não teria reconhecido o nome Fada se ele não fosse falado com as mesmas características do que se referia na mente da pessoa que falo e na minha mente. Porém, minha raça de fadas veio da
Móretar voou e sentiu a atração do campo gravitacional de Ux agindo. Ele pousou na cidade e conseguia ver um pouco da caverna deitada no horizonte e um rio fluindo em parte do céu. Era realmente muito insana aquela configuração. Por onde Móretar passava, portas e janelas se fechavam e as poucas pessoas com quem cruzava, saiam das ruas.Passou pela sua cabeça que seria difícil encontrar onde as fadas poderiam estar escondidas, mas ele observou que havia uma espécie de anexo a cidade, que já não tinha muito espaço, que eram de casas criadas em árvores. Apenas de olhar de longe todo um emaranhado verde já indicava para Móretar que muito possivelmente essa comunidade estaria ali.Ele usou super velocidade para chegar e adentrou ao local que lhe parecia muito familiar. Assim que chegou, encontrou uma pessoa, muito mais parecida com ele e com as fadas que conhecia do q
- Mas o que é isso? Que coisa mais absurda é essa? - Dafa perguntou, mas todos com Móretar ficaram surpresos, mesmo não sabendo como era antes.Se havia uma cidade ali antes, agora, o que sobrou do subterrâneo eram poucas ruínas. Enxergava-se, no horizonte o céu escuro, era como se não estivéssemos no subterrâneo, mas em um espaço aberto. E do outro lado, encaixado na vertical, como se fosse um disco gigantesco, uma cidade inteira, deitada para nós. Assim como, do lado oposto, um rio fluía, também deitado. Era como se estivéssemos numa dobra do espaço, na perpendicular entre o topo de um planeta numa ponta da reta e um rio na outra ponta.- Eu já vi coisas inexplicáveis, mas acho que nada se igualaria a isso. - Bel exclamou sem conseguir fechar a boca.- Odin se isolou como prometido. Não tivemos notícias dele até que ouvimos a explosão... Não... Foi muito mais impactante que uma explosão. Era como se o planeta tivesse começado a ser destruído, depois do impacto
- Isso significa adeus? - Adwig perguntou para Dafa e Móretar.- Pela visão de Athos, espero de verdade que seja só um até logo. Afinal, se você quem vai ser a grande salvadora no final da história, eu gostaria muito de estar junto nesse momento e algo me diz que será muito em breve.- Eu espero que seja! - Adwig abraçou Dafa e a beijou intensamente.- Boa sorte, Móretar. - Ela se aproximou, acariciou seu rosto e deu um leve toque dos seus lábios nos dele.- Eu sabia que ela tinha gostado mais de mim mesmo. Mas ela sabia que eu gostei mais de você... Fazer o que, né? - Dafa brincava com Móretar, pegava ele, envolvendo seu braço por seu pescoço e bagunçando seu cabelo.- Você sabe que ela está preocupada com Mantelar. Imagine como seria, você ter uma pessoa com quem se envolveu por tanto tempo e ela ser apagada de sua memória - ele tentou fazer Dafa pensar sobre o que Adwig tinha sentido.- Em muitos casos isso se chamaria alívio - ela contin
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