Traída pelo namorado. Humilhada pela melhor amiga. Tudo no mesmo dia. Bianca achava que tinha uma vida estável: um emprego fixo, um namoro de anos e uma melhor amiga leal. Mas tudo desmorona na véspera da festa da empresa, quando flagra os dois juntos — no próprio apartamento. Partida, mas decidida a não ceder, ela comparece à festa mesmo com o coração em pedaços. E é lá, em meio à bebida e à dor, que comete o maior erro — ou acerto — da sua vida: uma noite com seu chefe, Noah Mancini. Frio. Controlador. Intocável. Bianca tentou fugir da situação. Pediu demissão. Desapareceu. Mas o destino tinha outros planos. Meses depois, Noah bate à sua porta, exigindo explicações. E quando descobre que ela está grávida… não aceita desculpas. Ele não quer só o bebê. Ele quer a mãe também. No contrato ou no coração, ela agora pertence a ele.
Ler maisBiancaSaí daquela sala como se estivesse fugindo de um incêndio.Cada passo era um esforço para não desmoronar.O salto alto tremia. O ar parecia sumir. O coração? Batia tão rápido que doía.Atravessei os corredores sem olhar para ninguém, entrei no elevador e, assim que a porta fechou, desabei.Segurei as lágrimas até onde pude.Mas quando fiquei sozinha...Elas vieram. Pesadas. Silenciosas. Quentes.— Noivo. — murmurei, sentindo a palavra cortar como uma faca. — Ele é noivo.Eu devia ter desconfiado. Um homem como Noah Mancini... bonito, rico, influente. Era óbvio que não estaria livre. Mas o que me destruiu não foi isso.Foi o fato dele ter transado comigo mesmo assim.Sem aviso.Sem culpa.Como se eu fosse um momento. Um desvio.E agora eu estava ali. Com o corpo carregando o resultado daquela noite. Um filho. Uma vida. Uma consequência que não se apaga com silêncio ou conveniência.Quando cheguei em casa, Ana Júlia estava na cozinha. Ela nem precisou perguntar. Só olhou meu rost
Narrado por Noah ManciniO dia começou como qualquer outro.Agenda lotada. Reuniões em três unidades diferentes. Uma videoconferência com investidores de Dubai. E um almoço com o meu pai para discutir o contrato do maldito casamento arranjado que ele insiste em chamar de “alinhamento estratégico”.Mas nada — absolutamente nada — me preparou para o que aconteceria naquela sala de reunião.A porta se abriu e o ar pareceu mudar. Primeiro achei que fosse cansaço. Jet lag. Pressão. Mas então… eu vi.Ela.Bianca.E tudo parou.Meus olhos foram direto para ela. O cabelo estava mais claro, o rosto um pouco mais maduro, mas ainda tão linda quanto na última vez que a vi… naquela cama. Naquela noite que eu jurei esquecer. Que tentei enterrar debaixo de mil outras prioridades.Mas o detalhe que me destruiu foi a barriga.Arredondada. Visível. Viva.Ela estava grávida.Minha mente congelou. As palavras do diretor à minha direita viraram ruído. O relatório nas mãos da assistente? Invisível. Eu só c
Narrado por BiancaA luz invadia o quarto com uma delicadeza cruel. Aquela claridade dourada que, em qualquer outro momento, me acalmaria. Mas não hoje. Hoje, ela parecia debochar de mim. Me lembrava de tudo que eu queria esquecer.Abri os olhos devagar, sentindo o corpo dolorido, como se cada músculo estivesse tentando se recompor do que viveu. Eu estava deitada na cama de um quarto de hotel cinco estrelas, envolta em lençóis que ainda carregavam o perfume dele. O quarto estava em silêncio, exceto pelo som suave do ar-condicionado e da minha respiração irregular.Me virei, instintivamente, procurando pelo corpo quente que esteve ali horas atrás. O travesseiro do lado ainda guardava o formato dele, mas estava frio.— Noah? — chamei, com a voz rouca, quase inaudível.Silêncio.Me sentei na cama, cobrindo o peito com o lençol, os cabelos bagunçados caindo nos ombros. Esperei alguns segundos. Talvez ele estivesse no banheiro. Talvez tivesse descido para buscar algo. Talvez...Levantei. V
BiancaA festa continuava.Risos ecoavam, brindes se chocavam e os flashes das câmeras iluminavam rostos que eu mal reconhecia. Mas tudo parecia embaçado depois daquela conversa. Depois dele.Noah Mancini.Eu podia jurar que o ar ao meu redor tinha mudado desde o momento em que ele se aproximou. Era como se todo o resto tivesse perdido a cor, o som e o sentido.Ele havia falado do terraço."Se precisar respirar..."E, sinceramente, eu precisava.Disfarcei diante da Camila, dizendo que ia ao banheiro, mas peguei o elevador sozinha até o último andar. O terraço era um dos poucos lugares tranquilos naquele prédio. Eu sabia disso. A vista dava para toda a cidade, e o ar fresco costumava limpar a mente. Mas aquela noite… não seria só o ar que me deixaria sem fôlego.Empurrei a porta de vidro devagar e saí.O vento da noite bateu no meu rosto. As luzes da cidade brilhavam como um mar dourado. O barulho da festa ficou para trás, engolido pelo silêncio alto do céu.E ele estava lá.Apoiado na
BiancaA primeira coisa que fiz depois de sair daquele apartamento foi ligar para a Ana Júlia.— Amiga, preciso de você. Agora. — minha voz estava trêmula, e ela não hesitou.Vinte minutos depois, eu estava sentada no sofá da casa dela, com o rosto inchado, os olhos ardendo e uma manta jogada sobre os ombros. Contei tudo. Detalhe por detalhe. Desde a surpresa do presente até o cheiro do perfume queimando na cama.Ana Júlia ficou em silêncio. Me olhava como se esperasse que eu explodisse em mil pedaços a qualquer momento.— Você tem noção do que você viveu? — ela perguntou, com raiva visível. — É o tipo de coisa que destrói uma mulher. Que arranca a alma. Que...— Que me arrancou. — sussurrei. — Eu não tô inteira. Não sei nem se tô viva, Ju. Eu tô em modo automático.Ela segurou minha mão.— Você tá viva sim. E agora você vai levantar. Vai tomar um banho, vai colocar a roupa mais linda que tiver e vai àquela festa da empresa.Arregalei os olhos.— Você tá louca? Eu não tenho cabeça pra
Bianca Meu vestido de noiva já estava pronto. Os convites entregues. A casa decorada para a cerimônia íntima que planejei com todo amor. Faltavam apenas três dias. Três. E eu estava tão apaixonada que decidi fazer uma surpresa para o Gustavo — meu noivo, meu melhor amigo, o homem com quem eu sonhei dividir a vida. Comprei um relógio de edição limitada que ele desejava havia meses. Passei na relojoaria após o trabalho, imaginei o sorriso dele, o beijo, o “obrigado, amor”... E fui direto para o nosso apartamento. Não avisei. Queria vê-lo sorrir. Mas quem sorriu… foram eles. Na minha cama. Rindo. Gozando. Eu entrei no quarto e o mundo caiu. Literalmente. O presente escorregou da minha mão, bateu no chão com um estrondo seco. Meu coração parou, minha alma foi esmagada no mesmo segundo em que vi. Os dois corpos. As mãos. Os gemidos. A pele suada. A traição crua, nojenta e escancarada. — BIANCA?! — a voz de Letícia tremeu como a de uma criança pega roubando