Narrado por Bianca
Acordei com aquele peso no peito que já tinha virado rotina. O tipo de cansaço que não tem nada a ver com sono, mas com o esforço de continuar.
Coloquei a mão sobre a barriga, que agora não podia mais ser escondida por blusas largas. Cinco meses. Um menino. Eu ainda nem tinha contado pra minha mãe. Só Ana Júlia sabia de tudo, e mesmo assim me olhava com um misto de admiração e pena, como quem torce para que o castelo não desabe... mas sabe que já tem rachaduras por todo lado.
Me arrumei com calma. Vesti uma calça de tecido leve, uma blusa branca justa que abraçava minha barriga, e prendi o cabelo num coque simples. Eu tinha que mostrar força. Mesmo que por dentro, estivesse frágil como vidro.
O escritório onde trabalhava agora era pequeno, mas respeitado. Meu chefe era mais humano que os tubarões da sede dos Mancini. E, até ontem, eu me sentia segura ali.
Mas ao chegar naquela ma