SINOPSE: Aylin Mayer sempre acreditou no amor verdadeiro, na fidelidade e nos sonhos que construiu desde a adolescência. Mas a vida tem uma maneira cruel de destruir certezas, e em um piscar de olhos, tudo o que ela conhecia ruiu. Agora, presa entre as sombras do passado e as dores de um coração partido, ela se vê forçada a recomeçar. Roderick Kaiser nunca foi um homem paciente. Frio, calculista e implacável, ele aprendeu que o mundo pertence aos mais fortes. Sua vida é regida pelo poder, e sua presença é uma ameaça para aqueles que ousam cruzar seu caminho. Ele não perdoa. Ele não esquece. Dois mundos diferentes colidem, acendendo uma chama perigosa e irresistível. O destino pode ser traiçoeiro, mas algumas batalhas não são vencidas com razão... e sim com desejo. Quando a vingança se torna um jogo sedutor e a linha entre o ódio e a atração se desfaz, a única certeza é que ninguém sairá ileso.
Ler maisEu estava completamente nervosa com toda aquela situação. A sensação era como se meu coração estivesse tentando escapar pela garganta, e a ideia de encarar meus pais com o Roderick ao meu lado me deixava à beira de um colapso. Ele decidiu que viria comigo até minha casa — e por mais que eu tentasse parecer tranquila, por dentro, eu só queria me esconder dentro de um buraco e desaparecer. As coisas estavam acontecendo rápido demais. Muito mais do que eu gostaria. Mas a verdade é que não havia como frear. O casamento precisava acontecer logo, conforme estava descrito naquele contrato. E embora grande parte das cláusulas só passassem a valer depois do casamento — inclusive a duração exata do nosso vínculo — tudo ao redor já parecia se movimentar com uma velocidade que me deixava sem fôlego.Depois do expediente, ele me acompanhou até minha casa. O caminho inteiro foi silencioso, e eu não conseguia pensar em nada que me fizesse relaxar. Quando paramos em frente ao portão, minhas mãos esta
Eu gosto do jogo. Não de um jogo qualquer — mas daquele que envolve risco, intensidade, e principalmente, entrega. O que mais me satisfaz é ver a mulher se sentindo segura, acolhida... mesmo dentro do meu controle. Eu não brinco com isso. Segurança pra mim não é detalhe — é regra. Também não sou homem de exageros. Bebida em excesso, atitudes sem limite, esse tipo de coisa não cabe no que eu construí. Em qualquer contrato que carrega o meu nome, existe um padrão: proteção, conforto e domínio. Eu gosto de controlar, gosto de saber que cada detalhe está sob a minha vigilância. Gosto de ter poder sobre a situação.Ver a Aylin toda envergonhada, tímida, desviando os olhos... porra, aquilo acendeu em mim uma vontade quase animalesca de que tudo entre nós se concretizasse. Só que, ao mesmo tempo, percebi o quanto ela estava desconfortável com a ideia de dormir na minha casa. Ela ficou tensa, com medo. E apesar de todos os meus impulsos, eu tenho um limite. Não sou doente.Não sou monstro. Eu
Tudo na minha vida parecia correr em velocidade máxima, e eu não estava conseguindo acompanhar. As coisas estavam acontecendo tão rápido que, por mais que eu tentasse manter o controle, era como se ele escapasse por entre os meus dedos. Depois do almoço, o Roderick teve a brilhante ideia de irmos ao apartamento dele. Eu percebi o jogo no olhar do irmão dele, que logo entendeu o recado — mas foi o próprio Roderick quem fez questão de me tranquilizar ainda no elevador, dizendo que não era nada daquilo que eu estava imaginando. Ainda assim, eu me sentia inquieta.Era como se tudo à minha volta estivesse girando e eu fosse a única que não sabia exatamente onde pisava. Respirei fundo, tentando encontrar algum equilíbrio, mas a sensação de que tudo estava fora do lugar continuava latejando dentro de mim. Mesmo percebendo minha tensão, ele começou a falar. Tocou no assunto com naturalidade, mas sem perder a firmeza.Disse que, em algum momento, iríamos sim viver momentos íntimos — e isso es
A minha irmã sempre foi o tipo de pessoa que transborda simpatia por onde passa. Ela faz amizade até com uma parede, se deixar. E isso é algo que eu, sinceramente, nunca tive interesse em fazer. Nunca gostei dessa necessidade de me entrosar com todo mundo. Desde sempre preferi me manter distante, na minha, sem me misturar demais. Talvez por isso as pessoas ainda se surpreendam quando me veem ao lado de alguém, principalmente de uma mulher. Mas nunca foi o meu caso ser desses que se envolve fácil. Sempre me mantive reservado, frio, fora de qualquer aproximação que pudesse me tirar desse meu mundo fechado.Agora que a Aylin está ao meu lado, é óbvio que todos resolveram prestar mais atenção. Parece que, de repente, minha vida virou assunto, e isso me irrita profundamente. O almoço seguia tranquilo, de uma forma até agradável. Era uma sensação estranha para mim, mas... boa. Tudo fluía com leveza, sem cobranças.Só que, claro, a Hayden tinha que ser ela mesma: cheia de curiosidade, cheia
Eu tenho me perguntado tanta coisa ultimamente, que às vezes parece que minha cabeça vai explodir. Uma das perguntas que mais martela aqui dentro é: onde foi que eu me meti? Porque, sinceramente, tem momentos em que tudo parece grande demais pra mim. Tem coisa que eu preciso engolir calada, tem batalha que eu nem sei se devo lutar ou apenas observar. Eu mal consigo respirar sem sentir que estou fazendo algo errado. Mas, apesar de tudo, eu continuo acreditando. Tenho fé em Deus que ainda vou me levantar — não importa como, nem quando. Eu vou conseguir me reerguer, do meu jeito, mesmo que seja tropeçando no começo, mas eu vou. Assim que saí da sala dele, minha bochecha ainda queimava. Aquilo não era só calor, era o peso de tudo o que tinha acontecido lá dentro. E quando vi os olhos da Carlota cravados em mim, senti um desconforto estranho. Mas ela não disse nada. E foi melhor assim.Ela sabe que se o Roderick ouve qualquer comentário fora de hora, ele não deixa passar. E ela não é burra
Por mais que eu tentasse fazê-la entender que aquilo tudo era real, ela parecia querer se agarrar a qualquer desculpa para negar. Era como se ela tivesse medo de aceitar que, pela primeira vez, alguém estava tentando tirar ela do fundo do poço. Mas eu não precisava que ela acreditasse em mim com o coração — só precisava que ela assinasse, que topasse o plano. E, no fim, ela cedeu. Entendeu que não havia mais saída, que aquela era a única chance de salvar a si mesma e os pais. Assinou. E a partir daquele momento, o controle passou todo para as minhas mãos. Assim que ela foi embora, voltei para minha sala e peguei o celular. Liguei direto para meu advogado, dando ordens claras e rápidas: quitar absolutamente tudo que ainda estivesse no nome da família dela, encerrar qualquer dívida pendente. Também mandei ocultar todos os rastros — os que estivessem vinculados ao meu nome ou ao deles. Meus pais não poderiam descobrir aquilo por nenhum caminho. Ele, como sempre, entendeu a gravidade d
Ouvir tudo aquilo... me desabou. Desabei ali mesmo, na frente dele, sem conseguir segurar. Eu não queria demonstrar fraqueza, não assim, não diante de alguém como Roderick Kaiser, mas era inevitável. A verdade me esmagava por dentro. Eu estava encurralada, sem direção, sem chão. A humilhação queimava meu peito de um jeito que eu não conseguia disfarçar. Era como se o mundo estivesse rindo da minha desgraça. Meus pais, pessoas tão boas, tão trabalhadoras, estavam prestes a perder tudo. A dívida era absurda. Nenhum dos nossos salários juntos — o meu, o do meu pai e o da minha mãe — chegava perto de cobrir nem metade do valor. E o relógio corria, cada segundo uma contagem regressiva cruel. Três semanas. Ou talvez menos. A verdade é que eu não tinha escolha. Por mais que o meu orgulho gritasse, ele não podia pagar aquela dívida. Por mais que o meu coração recusasse, ele não podia sustentar a minha esperança. Eu precisava aceitar. E aceitar significava vender uma parte de mim.Li cada linh
Por mais que a raiva queimasse dentro de mim só de ver aquele desgraçado tão perto, a vontade de expulsá-lo do meu resort era quase incontrolável. Mas eu respirei fundo, engoli o orgulho e me contive. A presença dele me incomodava de um jeito que eu não conseguia explicar, como se cada movimento, cada sorriso fingido, cada palavra dele fosse um soco no estômago. Só de olhar para a cara dele, eu sentia um gosto amargo subir pela garganta. Logo meu irmão me chamou, e sem pensar duas vezes, decidi ir embora com ele. A loira ficou lá, conversando com a família Müller. Aquilo me deu mais motivos ainda pra querer agir. Deixei meu irmão no apartamento dele e segui direto para o meu. Eu estava irritado de um jeito que poucas vezes estive. A frustração me dominava por completo, e por mais que eu quisesse descontar em alguém, descarregar a raiva em cima de qualquer coisa, nada parecia o bastante. A única coisa que rondava a minha mente era encontrar uma solução. Um plano B.Um jeito de dar a vo
Eu estava tão surpresa com tudo aquilo, que meus olhos baixaram por alguns segundos, como se precisassem fugir da intensidade do momento. Mesmo com a voz da senhora Muller conversando com a Amélia ali perto, tudo parecia abafado, distante... como se o mundo ao redor tivesse sido engolido por um silêncio repentino. Meus pensamentos estavam embaralhados demais para prestar atenção em qualquer outra coisa. Só percebi que ainda estava ali, naquela realidade, quando ouvi a voz firme do senhor Kaiser me chamando. Não tive escolha, levantei. Eu trabalho pra ele. Ele me paga. E naquele instante, qualquer deslize poderia me custar o pouco que ainda me restava. Caminhei ao lado dele, meio tensa, até o barzinho do restaurante. Ele começou a falar umas coisas, me perguntando de forma direta sobre o Tobias, e por alguns segundos achei que aquilo fosse o início de uma demissão. Meu coração gelou, minhas mãos suaram, e eu precisei me segurar pra não entrar em desespero.Mas, pra minha surpresa, ele