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Grávida do CEO por acidente
Grávida do CEO por acidente
Por: Lica
Capítulo 1 — “Felizes Para Sempre"

Bianca

Meu vestido de noiva já estava pronto.

Os convites entregues.

A casa decorada para a cerimônia íntima que planejei com todo amor.

Faltavam apenas três dias. Três.

E eu estava tão apaixonada que decidi fazer uma surpresa para o Gustavo — meu noivo, meu melhor amigo, o homem com quem eu sonhei dividir a vida.

Comprei um relógio de edição limitada que ele desejava havia meses. Passei na relojoaria após o trabalho, imaginei o sorriso dele, o beijo, o “obrigado, amor”...

E fui direto para o nosso apartamento.

Não avisei. Queria vê-lo sorrir.

Mas quem sorriu… foram eles.

Na minha cama.

Rindo.

Gozando.

Eu entrei no quarto e o mundo caiu.

Literalmente.

O presente escorregou da minha mão, bateu no chão com um estrondo seco. Meu coração parou, minha alma foi esmagada no mesmo segundo em que vi. Os dois corpos. As mãos. Os gemidos. A pele suada. A traição crua, nojenta e escancarada.

— BIANCA?! — a voz de Letícia tremeu como a de uma criança pega roubando.

Ela tentou cobrir os seios com o lençol, mas era tarde. Eu já tinha visto tudo. Cada detalhe. Cada movimento sujo.

Gustavo virou o rosto para mim e arregalou os olhos como se tivesse visto um fantasma.

Mas eu estava viva. Mais viva do que nunca. E mais furiosa do que jamais imaginei ser capaz.

— Você… VOCÊS DOIS?! — minha voz saiu estrangulada. — Na MINHA CAMA? A TRÊS DIAS DO MEU CASAMENTO?!

— Não é o que você tá pensando, amor! — ele tentou levantar.

— Não me chama de amor, seu MERDA! — berrei.

Senti o sangue ferver nas veias. Fui até a cozinha, peguei a primeira coisa que vi — uma garrafa de vinho. Voltei correndo e arremessei com toda a força contra a parede. O vidro explodiu e respingos atingiram os dois.

— VOCÊS ESTAVAM RINDO?! TRAN-SAN-DO?! — cuspi, letra por letra, com tanto ódio que minha boca parecia queimar. — Letícia, você era minha melhor amiga! Meu Deus… você ia entrar comigo na igreja! Você ia SEGURAR MEU VESTIDO enquanto eu casava com esse canalha!

— Bianca, por favor! Me escuta! — ela implorou, mas eu já tinha perdido a sanidade.

Corri até a cama, peguei o abajur e bati com força no chão. Gustavo tentou se levantar, mas eu o empurrei com força. Ele caiu de costas no carpete.

— Você achou que eu era idiota? Achou que nunca ia descobrir? Hein, GUSTAVO? — chutei a perna dele com tudo.

Peguei o perfume que estava na penteadeira.

Um frasco inteiro.

Joguei em cima deles, sem hesitar.

— Você quer ver loucura? EU VOU TE MOSTRAR LOUCURA!

— BIANCA, NÃO! — Letícia gritou, encolhida.

Corri para o armário e puxei o isqueiro que o Gustavo usava para acender charuto. Liguei. A chama subiu, viva, quente.

Eles gelaram. Pânico.

O cheiro do álcool no ar, o colchão encharcado de perfume importado.

Gustavo: — Você tá maluca?! Desliga isso, Bianca!

— Talvez eu esteja mesmo! Ou talvez eu só esteja cansada de ser feita de idiota por quem eu mais amava!

A chama dançava entre meus dedos.

Por um instante, eu juro, considerei.

Acender. Deixar tudo queimar. O colchão. O noivo. A amiga. O passado.

Mas eu apaguei.

Joguei o isqueiro longe, tremendo.

Não por medo.

Mas porque eles não mereciam nem isso. Queimar seria pouco.

— Vocês merecem apodrecer em vida. Merecem a culpa, a vergonha. Merecem acordar todos os dias e lembrar que destruíram uma mulher que só queria amar e ser amada.

Me aproximei da Letícia e a encarei de perto, tão perto que senti a respiração dela.

— Você é uma cobra. E eu te desejo todo o veneno do mundo, sua traidora de merda.

Depois virei para Gustavo, ainda no chão, nu, patético.

— Espero que você seja feliz com ela. Porque é tudo o que você vai ter. Eu tô indo embora. E você vai implorar para voltar no dia em que perceber o que perdeu.

Me afastei.

Peguei minha bolsa, meu celular e andei até a porta.

— Se eu ficar mais um segundo aqui, eu faço uma tragédia. — minha voz saiu baixa. Quase calma. — Então reza para eu nunca mais voltar.

Bati a porta com força e saí.

No corredor, eu desabei. As lágrimas que eu tinha segurado enquanto quebrava tudo finalmente vieram. Correndo. Gritando. Como se quisessem sair por cada poro do meu corpo.

No carro, engatei a marcha sem destino.

Eu não sabia para onde ir.

Só sabia que dali eu não voltava nunca mais.

E talvez…

Talvez o inferno tivesse um novo nome:

Amor.

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