Eu estava ali na penitenciária, diante da Mi-ran. Apenas a divisória de vidro nos separava. O telefone chiou por um segundo antes que ela o atendesse com um sorriso estranho no rosto — aquele tipo de sorriso que esconde desprezo e cinismo em partes iguais.
— Eu acho que conheço você — disse ela, inclinando-se um pouco para frente.
— Sou o marido da mulher que você acusou falsamente.
— Soo-ah? Marido de Soo-ah... — Ela repetiu o nome com uma lentidão quase zombeteira, depois sorriu. — Mas eu não a acusei falsamente.
Minha mão se apertou no telefone. Respirei fundo, tentando manter a calma.
— Acusou, sim. E você sabe disso. O vídeo... você sabe que não é verdadeiro. Pelo menos, não parte dele. A mulher que se encontrou com você, que pediu para você matar os pais adotivos da Soo-ah... não foi ela. Foi a Tae-ho.
Ela arqueou uma sobrancelha. Fingindo surpresa.
— Quanto ela está te pagando para sustentar essa mentira? Para confessar os crimes e colocar a culpa em alguém inocente?
Mi-ran deu