A sala de visitas da penitenciária parecia ainda mais fria naquela tarde. Havia um silêncio estranho entre os ruídos de passos e vozes abafadas ao fundo. Quando Eun-woo entrou, eu percebi logo que havia algo diferente. Seu olhar estava baixo, seus ombros pesados. Ele parecia mais velho, mais cansado. Mais desesperado.
Sentei-me e esperei que ele dissesse algo. Mas ele só olhava para mim, como se estivesse buscando forças em cada traço do meu rosto.
— O que foi? — perguntei, o coração já apertando no peito. — Aconteceu alguma coisa com a nossa filha?
Ele balançou a cabeça, com lágrimas nos olhos.
— Não... ela está bem. Minha mãe, meu pai, seus irmãos... todos estão bem. — Pausou. Respirou fundo. — Mas... tem algo que eu preciso te contar. E... preciso da sua permissão, meu amor. Permissão para... te trair.
Meus olhos se arregalaram.
— O quê?
— Com Tae-ho. — Ele desviou o olhar, engolindo em seco. — Ela me fez uma proposta. Disse que se eu passar uma noite com ela... ela entrega provas,