Foi no meio da noite que a minha filha começou a chorar, e não era um choro comum. Tinha um tom desesperado, insistente, que apertava o coração. Corri até o quarto onde ela dormia e a encontrei vermelha, inquieta, os olhos lacrimejando. Quando encostei minha mão em sua testa, o calor era assustador.
— Ela está ardendo em febre! — Falei, a voz falhando, tremendo.
Minha sogra apareceu quase no mesmo instante. Meus irmãos acordaram, e enquanto ela ia pegar o termômetro e o remédio, eu a despia com cuidado, tentando refrescá-la com um pano úmido. A febre não cedia. O banho também não ajudou. As horas pareciam se arrastar enquanto a temperatura dela só subia.
— Isso não está certo. Ela precisa de um médico. — eu disse, tentando manter a calma, mas por dentro tudo em mim gritava de desespero.
A casa onde estávamos era isolada, cercada por montanhas, natureza e silêncio. Um refúgio seguro contra a polícia, mas vulnerável diante de uma emergência médica. O hospital mais próximo ficava a quase