Enquanto isso...
A estrada parecia mais longa do que o normal. Cada curva parecia um obstáculo, cada farol um atraso desnecessário. No banco de trás, a netinha dormia — ou desmaiava, ela já não sabia dizer. Seu corpinho estava quente como brasa, a testa ardendo mesmo com o ar-condicionado ligado no máximo.
Ela apertou o volante com força, como se aquilo fosse o suficiente para acelerar o tempo.
— Aguenta só mais um pouquinho, meu amor… a vovó está aqui — sussurrou, com os olhos cheios de lágrimas.
Ela conhecia aquele medo. O mesmo que sentiu quando seu próprio filho teve febre pela primeira vez. Mas agora era diferente — não podia ligar para a polícia, não podia correr para o hospital com tranquilidade. Tinha que agir como se estivesse fugindo de algo, como se estivessem fazendo algo errado. Quando tudo o que queriam era cuidar da criança.
Assim que chegou ao hospital, correu até a emergência com a bebê nos braços.
— Ela está com febre muito alta! — gritou para o atendente. — É minha neta! Por favor,