Henrique agradeceu o café com um aceno e um meio sorriso cansado.
Elize hesitou por um segundo, como quem pondera se deve perguntar mais alguma coisa.
Mas Arthur tomou a frente de novo:
— Você pode ficar. Aliás… — ele puxou uma cadeira e fez sinal para ela sentar — acho que talvez você devesse.
Henrique o olhou de lado, desconfiado.
— Arthur…
— Ela tem o direito de saber, Henrique. Ou você vai continuar fingindo que o problema é só nosso?
Elize sentou devagar, o coração acelerado.
— Saber o quê?
Arthur olhou para o irmão, como se dissesse “agora é com você”.
Henrique respirou fundo, passou a mão nos cabelos e encarou Elize.
— Vicentini é primo da minha mãe.
O silêncio que se seguiu poderia ter sido cortado com faca.
Elize ficou imóvel, o café esquecido nas mãos.
— Como assim? — sussurrou. — Isso é certeza?
Arthur apontou para os documentos sobre a mesa.
— Certidões. Nome da avó igual. Ligação direta. A gente confirmou.
— Então o juiz… o seu pai… se ap