Terça-feira começou com o escritório mais agitado do que o normal, mas nada podia preparar Henrique ou Elize para a visita inesperada.
Augusto atravessou a recepção com passos firmes, a expressão rígida, e perguntou com voz cortante:
— Henrique está na própria sala?
Glória, sempre a primeira a captar qualquer nuance, levantou os olhos de seus papéis e respondeu:
— Está sim. Bom dia, doutor Augusto.
Augusto não se abalou, avançando pelo corredor. Assim que empurrou a porta da sala, o ambiente mudou instantaneamente.
Elize e Henrique estavam rindo, imersos em uma conversa animada sobre um caso complicado, e o contraste com a presença severa do patriarca era imediato.
O riso morreu, e o silêncio se tornou pesado, quase sufocante.
— Posso ajudar, pai? — Henrique se recostou devagar na cadeira, mantendo a postura firme, mas a voz tranquila.
— Henrique, eu não permito que você se case com essa mulher — Augusto disparou, cada palavra carregada de desprezo.
Elize olhou para Henriq