Capítulo 197 - Tá cedo

Arthur caminhava com as duas certidões na mão como quem carregava dinamite.

Bateu duas vezes na porta da sala de Henrique e, sem esperar resposta, entrou.

Deu dois passos, parou — e travou.

Henrique estava encostado na mesa, rindo com Helena, que também sorria com aquele ar polido demais pra ser natural.

Um livro jurídico aberto entre os dois, e um comentário bobo sobre um caso de jurisprudência que, honestamente, nem era engraçado.

Mas os dois pareciam se divertir horrores.

Arthur bufou, já de cara fechada.

— Helena, pode nos dar licença por favor? — cortou, seco.

Ela levantou uma sobrancelha, ainda com um leve sorriso nos lábios.

— Claro. — Pegou o livro devagar, olhou para Henrique como quem se despede com charme, e saiu da sala com os saltos batendo no piso como se quisessem deixar marca.

Quando a porta fechou, Arthur disparou:

— Tá ficando doido, Henrique? Dando risadinha com a enviada especial do nosso pai?!

— Calma, não foi nada demais...

— Nada demais
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