O avião pousou em São Paulo sob um céu cinzento. Helena segurava Clara com força, enquanto Arthur olhava pela janela, em silêncio. O convite da Fundação Cultural ainda ecoava como promessa mas também como armadilha. E agora, não havia mais como voltar atrás.
— Estamos aqui — disse Helena, com voz firme.
— E estamos prontos — respondeu Arthur.
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A homenagem seria em dois dias. Mas antes disso, Helena e Arthur foram convidados para uma reunião privada com os organizadores. O encontro aconteceu em um prédio antigo, no centro da cidade. A sala era elegante, mas fria. E o homem que os recebeu, mais frio ainda.
— Vocês têm uma história poderosa — disse ele. — Mas há partes que ainda não foram contadas.
Helena franziu a testa.
— Que partes?
O homem sorriu, sem humor.
— A parte que envolve o desaparecimento de Gustavo. A parte que envolve documentos que nunca vieram à tona. A parte que pode mudar tudo.
Arthur ficou tenso.
— Gustavo reapareceu. E nos alertou.
— Claro que reapareceu. Porque