Depois de tudo com Rafael, eu me afastei. Não só dele. De mim. Das minhas amigas. Dos rolês. Dos cafés que viravam conversa até tarde. Me fechei. Achei que precisava ficar sozinha pra me entender.
Mas hoje, a Luma me mandou uma mensagem:
— Tá viva ou virou monja?
Respondi rindo:
— Meio monja, meio loba ferida.
Ela mandou um emoji de tapa na cara e disse:
— Vem pra cá. A gente vai rir disso.
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Cheguei na casa dela com um bolo de cenoura e cara de quem não dorme direito há semanas. Estavam todas lá: Luma, Bia, Joana e Dani. Minhas parceiras de vida. De caos. De fases.
— Você tá com cara de quem viu fantasma — disse Bia.
— Pior. Eu me apaixonei por um — respondi.
Todas riram. E eu também. Pela primeira vez, sem dor.
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A noite foi leve. Falamos de tudo. De ex, de trabalho, de séries ruins, de medos bobos. E ali, entre uma piada e outra, eu percebi: tava voltando pra mim.
Porque amizade é isso. É lugar seguro. É onde a gente não precisa explicar tudo. Só aparecer.
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Luma me olhou com