Acordei antes do sol nascer. O quarto estava silencioso, envolto numa penumbra azulada, e o calor do corpo de Demir ainda irradiava sobre os lençóis, mesmo ele não estando mais ali. Ouvi o som distante da torneira sendo aberta no banheiro e, por um instante, fiquei imóvel, absorvendo a tranquilidade estranha daquela manhã.
Não parecia real. Era como se tivéssemos escapado do caos por algumas horas — como se o mundo lá fora tivesse esquecido de nos cobrar a conta pelo passado que agora conhecíamos.
Levantei devagar, os músculos ainda doloridos da noite intensa que havíamos compartilhado. Cada toque dele, cada movimento, ainda reverberava em mim. Mas havia algo mais profundo do que desejo. Algo que me inquietava — uma paz perigosa, uma calma que antecedia a tempestade.
Demir saiu do banheiro, enrolando uma toalha na cintura, o cabelo ainda pingando. Quando me viu acordada, sorriu.
— Pensei em trazer café na cama. Mas lembrei que você odeia migalhas no lençol.
Sorri de volta, apesar da s