Meus dedos ainda estavam entrelaçados aos dele quando acordei. A manhã nascia lenta, tingindo o quarto com uma luz suave, e pela primeira vez em dias, havia uma paz quase palpável no ar. A cabeça de Mehmet repousava sobre meu colo, os cílios longos cerrados, a respiração lenta e profunda. Parecia em paz — ou tão próximo da paz quanto alguém como ele poderia chegar.
Observei os traços fortes do seu rosto, a barba que começava a despontar, e o jeito como seus músculos ainda estavam tensos, mesmo adormecido. Ele era a própria guerra, e, de alguma forma, também era o meu descanso.
Afaguei seu cabelo, sentindo a textura grossa sob meus dedos, e ele se mexeu levemente, como um lobo em repouso, reconhecendo o toque, mas ainda não pronto para o mundo.
— Você está me vigiando enquanto durmo? — murmurou ele, a voz rouca de sono e desejo.
— Sempre. Gosto de ver esse lado seu que ninguém mais conhece. O lado que só é meu.
Ele abriu os olhos, e neles havia algo diferente daquela vez. Não era apena