O silêncio da cabana era denso, carregado com a tensão de quem sabe que está sendo caçado. Naquele refúgio isolado no interior da Geórgia, cada ruído — um galho quebrando, o sussurro do vento, até a respiração — parecia prenunciar perigo. Eu sentia o peso daquele medo em cada fibra do meu corpo, mas o que mais me assustava era a determinação de Mehmet, que não deixava transparecer um pingo de fraqueza.

Ele passava horas sentado à mesa improvisada, rodeado por mapas, aparelhos de comunicação criptografados e anotações rabiscadas, seus olhos fixos na tela como um guerreiro planejando sua batalha final. Eu, por outro lado, tentava me ocupar com pequenos afazeres, varrendo o chão, organizando mantimentos, ou apenas ficando ao seu lado, sentindo o calor da presença dele para afastar o frio da insegurança.

O rosto de Mehmet era uma máscara de concentração, quase impenetrável. Eu sabia que ele carregava nos ombros o peso da guerra — uma guerra que não era apenas contra seus inimigos, mas con