O frio daquela madrugada na cabana parecia cortar até os ossos, mas dentro de mim havia um fogo que nem o vento gelado podia apagar. Mehmet estava ao meu lado, olhando para as telas dos computadores, seu rosto iluminado por uma luz azulada, os olhos cansados, mas ferozes. Eu sabia que cada segundo que passava era uma contagem regressiva para algo que poderia nos destruir — ou salvar.
— Temos que agir rápido — ele disse, fechando o laptop e me encarando. — Barış vai tentar se mover antes do amanhecer. É o momento em que a segurança dele está mais vulnerável.
Senti o peso daquela responsabilidade. Minha vida, a dele, as pessoas que ainda acreditavam que aquele conflito podia terminar sem sangue — tudo dependia do que fizéssemos agora.
— E se der errado? — minha voz saiu quase num sussurro, traindo o medo que tentava esconder.
Ele segurou meu rosto com delicadeza, os dedos firmes contra minha pele.
— Não vai dar. Não desta vez. Eu prometo.
Enquanto ele traçava o plano, meu pensamento fug