Ana
A casa de campo de Lex parecia saída de um catálogo de luxo. Madeira polida, vidro por todo lado, vista para um lago que mais parecia pintura. Mas, por dentro, eu estava um caos. O helicóptero já tinha me tirado do eixo e agora, com a cabeça mais calma, a realidade bateu: eu tinha perdido meu celular na rua, no dia em que trombei com Mark.
A lembrança me arrepiou da cabeça aos pés. A voz dele dizendo que me amava, o olhar arrependido, a insistência nojenta. E eu correndo como se fosse uma menina assustada. Tudo isso ainda estava gravado na minha pele.
Suspirei, tentando me concentrar em qualquer outra coisa. Mas, claro, a curiosidade me venceu. Entrei no quarto que Lex tinha preparado pra mim — enorme, com cama king size que poderia abrigar uma família inteira — e liguei o notebook que ficava sobre a escrivaninha.
Abri o WhatsApp Web. Minhas mãos suavam. Eu sabia que não deveria. Sabia que estava cutucando ferida aberta. Mas a cada segundo que passava, a angústia crescia dentro de