Ana
Eu achei que o “campo” dele era uma casinha charmosa, com varanda de madeira, talvez uns passarinhos cantando e cheiro de bolo no forno. Só que não. Lex não existe no mesmo planeta que eu. O homem apareceu com um helicóptero. Isso mesmo: um helicóptero.
Quando o barulho das hélices cortando o céu chegou até mim, juro que pensei que era perseguição policial no bairro. Mas aí vi aquele monstro preto e brilhante descendo bem na minha frente, como se fosse cena de filme de ação. E claro, quem estava lá dentro? O próprio Alexander Moreau Cavalcanti, de óculos escuros e cara de quem estava se divertindo muito vendo a minha expressão de idiota.
— Tá brincando comigo, né? — falei alto, cobrindo o rosto com a mão. — Isso não é Uber.
Ele riu, e não foi um riso qualquer. Foi aquele meio debochado, meio perigoso que ele sempre usa quando sabe que está no controle da situação.
— Vamos, Ana. É mais seguro e mais rápido.
Mais seguro? O barulho da hélice parecia pronto pra arrancar minha cabeça,