Ana
— Você tá bem? — a voz dele veio mais baixa, ainda ofegante.
Eu só consegui piscar umas três vezes antes de responder.
— Tô, tô sim. Quer dizer, acho que tô. — toquei a testa. — Pelo menos nada quebrado.
Lex soltou um suspiro pesado, daqueles que parecem carregar o estresse do planeta inteiro.
— Graças a Deus. Porque se eu tivesse chegado e te achado desmaiada no chão, eu... — ele parou, respirou fundo e balançou a cabeça. — Deixa pra lá.
— Eu te acertei com força? — perguntei, meio sem graça.
Ele ergueu a sobrancelha, massageando o ombro.
— Digamos que eu já apanhei menos numa reunião de acionistas.
Soltei um riso nervoso, mas o som morreu rápido quando um trovão fez a casa tremer.
O coração voltou a correr uma maratona.
— Desculpa, de verdade — falei, envergonhada. — É que eu ouvi barulhos, o vento batendo, passos... parecia filme de terror.
— Aham, e o assassino misterioso seria eu, o cara que paga as contas da casa. — Ele bufou, mas um cantinho da boca dele subiu. — Tá tudo be