Ana
O som veio de repente — um estalo alto, seguido de um *vuuuummm* grave, e então tudo piscou.
A luz voltou.
Fraca, amarelada, piscando em alguns pontos, mas era luz.
— Ai, graças a Deus! — soltei o ar que eu nem sabia que tava prendendo.
A claridade tremia pelas paredes, revelando o chão cheio de ferramentas, caixas e uma pilha de poeira que com certeza nunca tinha visto um pano de limpeza.
Lex ergueu a cabeça do painel, suando, com o cabelo bagunçado.
— Funcionou.
— Aleluia. — encostei a mão no peito, tentando acalmar o coração. — Eu já tava me despedindo da vida.
Ele deu um sorrisinho torto, satisfeito, e desligou o celular que ainda usava de lanterna.
— Viu só? Nada de espírito, nada de maldição, só o disjuntor travado.
— Claro. Super normal precisar quase morrer pra descobrir isso.
Ele balançou a cabeça, me olhando com aquele ar de quem já perdeu a paciência, mas sem conseguir esconder um leve divertimento.
— Vamos subir. Aqui tá frio.
Subimos os degraus lentamente. Agora, com