Ana
A chuva ainda batia nas janelas, como se o céu tivesse decidido que não ia parar tão cedo.
O som era forte, constante… quase hipnótico.
Mas, por mais que eu tentasse, o sono não vinha.
Eu estava deitada, virada pro lado oposto da cama, sentindo cada trovão vibrar no peito.
Atrás de mim, o barulho calmo da respiração do Lex.
Ele dormia.
Ou fingia.
E eu, idiota, tava ali, com o coração disparado, pensando se devia agradecer por ele estar no quarto ou me internar por ter convidado.
Quem em sã consciência chama alguém que não é seu namorado pra dormir no quarto?
Ah, sim. Eu.
Me virei devagar, só o suficiente pra espiar.
O quarto estava quase completamente escuro, só iluminado de vez em quando pelos clarões dos relâmpagos que atravessavam a janela.
Foi num desses clarões que eu vi o rosto dele.
O travesseiro bagunçado, o cabelo um pouco caído sobre a testa, a expressão tranquila.
Ele parecia um anjo.
Ok, um anjo marrento. Mas ainda assim… bonito demais pra ser real.
Tentei fechar os ol