O dia amanheceu cinzento, como se o céu partilhasse do peso que Mel carregava no peito. Sentada à beira da cama, observava o anel de noivado. Brilhava como sempre, mas já não lhe dizia o mesmo. Era como uma promessa feita a uma versão antiga de si mesma.
Luna apareceu sem avisar. Entrou no apartamento com um saco de pastelarias e dois cafés quentes.
— Trouxe reforços — disse, com um sorriso suave. — Hoje é dia de conversarmos sem filtros.
Mel suspirou. — Ainda bem que vieste.
Sentaram-se no sofá da sala. O cheiro do café preenchia o espaço, e por um momento, tudo pareceu mais simples.
— Sonhei com ele outra vez — confessou Mel, quase num sussurro.
— Alessandro?
Mel assentiu. — Não consigo tirá-lo da cabeça. Não é só o desejo… é algo mais profundo. Quando estou com ele, sinto-me livre. E eu já nem lembrava como isso era.
Luna bebeu um gole do café antes de responder.
— Mel, eu apoio-te sempre, mas preciso perguntar: estás disposta a enfrentar o caos que isso pode causar?
— O caos já es