O silêncio do apartamento era ensurdecedor. Desde que Dário saíra no dia anterior, Mel não voltara a vê-lo, nem recebera qualquer mensagem. No passado, isso teria provocado ansiedade, medo até. Agora, era como um espaço onde ela podia finalmente respirar.
Mas a liberdade ainda vinha acompanhada de culpa.
Na manhã seguinte, Mel sentou-se diante da janela da sala, com uma chávena de chá nas mãos. Observava o movimento da rua como se buscasse respostas nos passos apressados dos desconhecidos. A cidade seguia em frente, indiferente às suas dúvidas. Só ela parecia parada no tempo, suspensa entre o que era e o que desejava ser.
O telemóvel vibrou. Uma mensagem de Luna:
> “Precisas de falar? Estou por aqui.”
Mel sorriu. Luna era o seu farol nos dias escuros.
Digitou uma resposta rápida:
> “Mais tarde. Preciso de clareza primeiro.”
O toque na porta fez com que se sobressaltasse. Quando a abriu, não esperava ver Alessandro. Estava diferente — camisa branca simples, olhos mais sérios, quase vul