📍 NARRADO POR MURALHA
A rua já tava mais vazia quando a gente saiu da boca, mas o clima...
O clima parecia cuspido direto do inferno.
Não tinha fogueira, mas o ar queimava.
Não tinha tiro, mas meu sangue pulsava como se tivesse.
Alana andava na minha frente, o cabelo preso de qualquer jeito, ainda suada da luta. Cada passo dela no asfalto era um lembrete: aquela mulher não era só desejo. Era sentença.
E a porra da sentença tava prestes a ser executada.
— “A gente vai precisar de dois carros.” — ela falou, sem olhar pra mim. — “Um vai interceptar. O outro cobre a retaguarda.”
— “Já chamei o Romeu e o Galinha. Tão vindo com os possantes.” — respondi. — “Carro blindado, vidro preto, sem rastreador.”
Ela assentiu, puxando o celular do bolso de trás e rabiscando algo na tela. O chip limpo já tava fora do ar — segurança era prioridade, paranoia era requisito.
— “Eu quero o Julião fora antes das 21h.” — ela disse. — “Se der 21h01 e ele ainda tiver na ronda, a chance de vir saco p