O jardim lateral do centro de convenções era simples, silencioso e quase vazio. O sol já começava a descer, tingindo o céu de dourado. O cheiro de terra úmida misturava-se ao perfume suave das flores e ao murmúrio distante das palestras que continuavam. Gabriel estava lá. De pé. Imóvel. Sem o crachá. As mãos entrelaçadas atrás das costas — como se tivesse que se segurar para não desmontar.
Quando Mariana virou a esquina… ele sentiu. Antes de ver, sentiu. Como se a presença dela tivesse densidade própria. Ela parou a alguns passos dele. O tempo ficou suspenso. Sem plateia. Sem desculpas. Sem fuga. Apenas eles. E a verdade que insistia em respirar entre os dois.
Gabriel inspirou fundo.
— Eu não sei como começar.
A voz dele estava firme na superfície, mas quebrada por dentro.
Mariana engoliu seco.
— Também não sei.
O silêncio caiu entre eles — pesado, cheio, vivo. Então Gabriel deu um passo. Só um. Controlado, dolorido, necessário.
— Mariana… você está viva. — Ele disse co