O quintal parecia suspenso no tempo.
As luzinhas penduradas nos varais acenderam por completo quando o sol se recolheu atrás das árvores, transformando o jardim num universo particular — íntimo, quente, só deles.
As velas dentro dos potes de vidro tremeluziam espalhando pequenos círculos dourados pela grama.
O arco de flores brancas sobre a mesa rústica parecia respirar com o vento leve.
E a jabuticabeira, testemunha silenciosa daquela história, balançava como se desse sua bênção.
Gabriel se posicionou diante do arco, o coração batendo num ritmo que nem cirurgias cardíacas conseguiam produzir.
O pai dele — Eduardo — estava ao seu lado, ajeitando o livro pequeno nas mãos. O juiz de paz não pôde comparecer, mas Eduardo, com seu cargo estável e suas boas relações, conseguiu trazer um colega para oficializar tudo. Ele mesmo ficaria ali como testemunha… e como pai.
O colega — um senhor simpático, de sorriso fácil — aguardava com paciência.
Matheus e Clara estavam sentados no primeiro banco