O caminho para a casa dos pais de Gabriel foi rápida e silenciosa — não um silêncio desconfortável, mas o tipo de silêncio denso que antecede batalhas que mudam destinos.
Guilherme dormia no banco de trás, abraçado ao dinossauro verde, a boca ligeiramente aberta, completamente alheio ao furacão emocional que aguardava seus pais.
Mariana mantinha as mãos entrelaçadas no colo, tentando impedir que tremessem.
Gabriel dirigia com o maxilar travado, a postura de quem já entrou em salas cirúrgicas difíceis demais para hesitar.
— Você ainda quer fazer isso? — Mariana perguntou, a voz baixa.
Ele desviou o olhar da estrada apenas por um instante, mas foi suficiente.
— Quero. — respondeu, firme. — É a última sombra entre nós.
Ela engoliu em seco.
— E se ela tentar me humilhar? Ou... ameaçar o Gui de novo?
— Mariana… — a voz dele veio profunda, implacável — ela não fala com você.
Ela não olha pra você.
Ela vai escutar o que eu tenho pra dizer.
Mariana respirou fundo.
E acreditou.
Quando Gabriel