A chuva começava a cair quando Gabriel e Mariana correram para o estacionamento. O vento quente e úmido levantava as folhas do chão, e o céu desabava numa pressa semelhante à deles. Mariana entrou no carro quase tropeçando. Gabriel deu a volta e entrou pelo outro lado, fechando a porta com força.
— Me passa o endereço — pediu, já ligando o carro.
Ela digitou com as mãos trêmulas e mostrou a tela. Gabriel acelerou. O silêncio dentro do veículo era cortante. Duas respirações rápidas. Dois mundos colidindo. E o medo que agora os unia. Mariana segurava o celular com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos.
— Ele nunca passa mal assim — sussurrou, quebrada. — Ele nunca fica pálido… ele nunca…
— Ele vai ficar bem — Gabriel respondeu. — Estamos chegando.
Mas ele não estava calmo. O maxilar travado, os olhos fixos na estrada, as mãos apertadas no volante como se aquilo fosse a única coisa evitando que seu mundo ruísse. Meu filho. Meu filho está doente. Meu filho existe.
Quan