O quintal tinha cheiro de jabuticaba madura, vento leve e luz dourada.
Era como se o fim de tarde tivesse sido desenhado só para aquele dia.
Gabriel havia passado a manhã inteira pendurando luzinhas finas no varal que cortava o jardim — fios delicados que cintilavam como pequenas constelações domésticas, abraçando o espaço com um brilho cálido.
No centro do quintal, logo diante da jabuticabeira, havia uma mesa rústica de madeira clara, baixa e firme, transformada em altar.
Sobre ela, um arco de flores brancas se erguia:
— ramos de eucalipto fresco,
— rosinhas brancas entrelaçadas,
— jasmim miúdo pendendo em pequenas cascatas,
— e galhos finos que curvavam naturalmente, criando uma moldura suave.
As luzes refletiam nas pétalas como se o arco respirasse.
Ali seria o coração da cerimônia.
O lugar onde o “sim” encontraria seu destino.
Ao redor da mesa, potes de vidro com velas estavam espalhados pelo gramado — formando um corredor luminoso que levava diretamente até o arco. Ban