Helena passava os dedos pela borda da xícara de café frio quando Júlia chegou ao café discretamente, vestida de preto, óculos escuros e semblante determinado.
— Você está bem? — perguntou a amiga, puxando a cadeira.
— Estou. Ou fingindo que estou. Já nem sei mais — respondeu Helena, forçando um sorriso amargo. — Mas sei o que tenho que fazer agora.
Júlia se inclinou sobre a mesa.
— E o que é?
Helena abaixou a voz.
— Quero que você me ajude a expor a Isadora. Mas não só ela. Quero descobrir tudo: quem está envolvido, de onde partiram os documentos falsos, os acessos indevidos... e quero provas. Quero que eles sintam medo. E que, pela primeira vez, tenham que me enfrentar de igual pra igual.
— Estou contigo. Até o fim.
Mais tarde, no apartamento, Helena fingia normalidade. Leonardo estava no sofá lendo, e ela decidiu testar os limites.
— Leo… — chamou, suave. — Preciso te contar algo.
Ele ergueu os olhos, curioso.
— Sobre o que houve na empresa. Alguém forjou documentos pra me incrimina