O celular vibrou às sete da manhã. Era uma mensagem de Júlia.
“Preciso te ver. Urgente. Descobri algo que muda tudo.”
Sem tempo para café ou maquiagem, Helena vestiu um casaco e saiu apressada. Quinze minutos depois, estava no banco do carona do carro de Júlia, estacionado em uma rua silenciosa.
— Fala — disse Helena, tensa.
Júlia entregou um tablet com a tela já acesa. Nele, um dossiê organizado. Extratos bancários, cópias de e-mails, nomes de empresas fantasmas.
— Carlos Ferraz está envolvido com lavagem de dinheiro. E sabe aquela ONG para órfãos que ele dizia apoiar desde que Isadora foi “adotada”? — Júlia fez aspas com os dedos. — Nunca existiu de verdade. Era fachada. Os repasses iam direto para contas ligadas a ele. E tem mais: o registro de adoção de Isadora foi manipulado. Ela nunca foi realmente adotada. Ela é filha biológica dele, e ele usou tudo isso para protegê-la e desviá-la do escândalo.
Helena ficou imóvel. O sangue pulsava nos ouvidos.
— Você tem certeza?
— Total. E c